Depois de quase três anos com atrasos significativos na marcação de exames de condução, em Bragança, a situação parece agora estar perto de normalizar. A melhoria deve-se ao facto de estarem a ser marcadas datas extraordinárias para realização de provas no centro de exames da cidade.
Desde que o processo das cartas de condução está a ser julgado, os examinadores têm de se deslocar de outros pontos até Bragança, nomeadamente do litoral. A situação originou atrasos que se arrastam desde 2014. Até ao mês passado, a espera para quem queria marcar exame situava-se nos 90 dias, actualmente e depois da marcação extraordinária de mais quatro dias de exames o período de espera diminuiu.
“Está a melhorar ligeiramente, não sabemos até quando vai haver estas marcações extraordinárias mas a ser assim a situação fica regularizada em poucos meses, a tendência é o tempo de espera baixar, porque marcaram mais sessões do que aquelas que tinham comunicado no início do ano”, adiantou Paulo Pinto, da escola de condução Êxito.
Paulo Pinto acredita que a mudança se deve à pressão exercida pelas escolas de conduções e diz que estão já marcadas duas sessões extraordinárias para o próximo mês de Junho, para além das datas iniciais, no entanto, em Agosto não deverá haver agendamento de exames de condução em Bragança.
Apesar dos sinais de melhoria, o responsável da escola de condução Êxito, lamenta a situação que se arrasta há três anos e as consequências que teve a nível económico.
“Perdemos alguns candidatos porque as pessoas perguntam quanto tempo demora a tirar a carta, especialmente quem acaba o 12.º e quer tirá-la nas férias do Verão, o que não podemos garantir com estes atrasos, e acabam por tirar a carta nos locais onde vão estudar”, refere, salientando que também a qualidade de ensino, foi afectada, porque “quando um candidato a exame é preparado e depois está dois ou três meses parado à espera que a data saia, isso não é bom e fez aumentar o número de reprovações”.
A operação "Carta Branca" levou ao julgamento 111 arguidos acusados de corrupção, entre eles clientes de 9 escolas de condução, instrutores, examinadores, funcionários e empresários, de Trás-os-Montes, Minho e do distrito do Porto.
Em causa está um alegado esquema de corrupção que terá levado cerca de 200 pessoas a pagar entre 200 a 4 mil euros para obter a carta de condução.
O mega julgamento das cartas de condução decorreu durante dois anos em Bragança, e já foi concluída a fase de julgamento. Falta agora a deliberação do colectivo de juízes e elaboração do acórdão.
Escrito por Brigantia
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