Capitão de infantaria, natural de Fontes Trasbaceiro, concelho de Bragança. Foi governador de Cubango, na África, onde morreu de um desastre em Maio de 1924, mas o seu cadáver veio a enterrar a esta cidade, onde chegou a 13 de Janeiro de 1928. Os seus funerais revestiram invulgar solenidade, devido ao heróico brilhantismo da vida militar deste bravo bragançano. Toda a cidade tomou parte neles e no sentimento que a sua morte causou. À beira da campa discursaram: capitão Artur Coelho, pela Liga dos Combatentes da Grande Guerra; capitão Salvador Nunes Teixeira, pelos oficiais da guarnição; doutor António Augusto Pires Quintela, por um grupo de amigos; e tenente Luís de Portugal da Fonseca e Melo, pelos feridos da Grande Guerra. O discurso deste oficial, bem como o retrato do homenageado vêm publicados em A Voz de 18 de Janeiro de 1928.
Augusto Adriano Pires tomou parte na expedição a Moçambique (Gungunhana) em 1895 e no combate de Cuelela e tomada de Manjacaze; operações no Huíla em 1906; defesa do forte Roçadas no mesmo ano; operações no Cuamato em 1907; combate de Mufilo em 27 de Agosto; reconhecimento em 29; defesa de Ancongo em 2 de Setembro; acção de Macovi em 4 do mesmo mês; marcha debaixo de fogo em 13; defesa do bivaque em 15; marcha debaixo de fogo em 20; defesa do bivaque neste dia; marcha debaixo de fogo em 21; tomada da embala do Cuamato pequeno em 22; marcha debaixo de fogo e tomada da embala do Cuamato em 4 de Outubro; operações no Libolo em 1908; operações no sul de Angola em 1915-1916. Fez parte do corpo expedicionário à França e entrou no combate de 9 de Abril, comandando a 3.ª companhia de infantaria nº 10 (Bragança), a qual foi condecorada com a Cruz de Guerra de 1.ª classe.
Foi louvado pelas seguintes vezes: «em ordem à coluna de operações no Cuamato, em 1907, pelo muito zêlo, sangue-frio e valor militar; pela dedicação e zêlo com que cooperou no estabelecimento do posto “D.Manuel”, no Evala, em 1909; pela extrema dedicação, competência e boa-vontade no desempenho de diversos serviços e provas de resistência dadas nos trabalhos de ocupação do Cuangar, em 1910; pela energia e audácia com que, à frente de um pequeno grupo de auxiliares, assaltou o morro Muena Chipanga, em 1910; pela muita competência e zêlo com que desempenhou o serviço de mobilização a seu cargo em 1917; porque, por ocasião da batalha de 9 de Abril de 1918, ocupando a sua companhia o flanco direito do sector português, com ligação com as tropas británicas, tomou medidas acertadas e oportunas, dando provas de valor, serenidade, espírito militar e coragem, oferecendo uma eficaz resistência ao avanço do inimigo».
Tinha as seguintes condecorações: cavaleiro da Torre e Espada, medalha de prata da Rainha D. Amélia, medalha da Cruz Vermelha, medalha de prata de comportamento exemplar, medalha de operações no Sul de Angola, medalha de prata de bons serviços, medalha comemorativa do C.E. P. à França, medalha Inter-Aliada, medalha da Vitória, Cruz de Guerra de 3.ª classe, medalha de prata de valor militar, medalha comemorativa do E. P. Cuamato e medalha de Avis.
O retrato do heróico militar, acompanhado de notas biográficas, encontra- se na «Agenda Brigantina» de 1928.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
Esta é do tempo em que ainda havia respeito pelos SOLDADOS DE PORTUGAL... E COMO EU COSTUMO APREGOAR: isto aqui é Trás Os Montes e Alto Douro... iiii... quem não gostar "escusa de cá bir a bêre!!!..." Silvino Potêncio" - Emigrante Transmontano em Natal/Brasil
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