A descoberta de vestígios arqueológicos, junto ao antigo Convento de São Francisco, trouxe consigo novos dados sobre a história da ocupação na Zona Histórica e da própria cidade, no que refere à estrutura urbana, modo de vida, economia e alimentação da população de Bragança, no decurso das Idades Média e Moderna.
No âmbito dos trabalhos de requalificação e beneficiação do acesso ao antigo Convento e Igreja de São Francisco, suportados pelo Município de Bragança, foram, assim, descobertas duas minas, datadas, ao que se supõe, do século XVIII, que perfazem uma extensão total de, aproximadamente, 100 metros de galerias subterrâneas.
Os trabalhos trouxeram, também, à luz do dia um troço do fosso escavado na rocha, que integrava o sistema defensivo da urbe em época Medieval/Moderna. Trata-se de novidade de indiscutível relevância para o conhecimento das zonas de expansão urbana, e do modelo e traçado defensivo da cidade de Bragança, sendo um elemento da arquitetura militar relativamente raro para as referidas épocas.
Além destas estruturas, foram encontrados milhares de fragmentos cerâmicos, de restos de ossos de animais, moedas e peças de jogo, que são, sobretudo, importantes testemunhos sobre as técnicas construtivas e os hábitos alimentares, circuitos comerciais, produtos locais e importados, circulação monetária e atividades lúdicas, entre outros aspetos do quotidiano bragançano.
A importância desta intervenção foi reconhecida pela Direção Regional da Cultura do Norte, tendo sido selecionada para o evento “Arqueologia em Portugal: recuperar o passado em 2016”, que terá início a 3 de junho, no Museu Nacional de Arqueologia, como exemplo das intervenções realizadas, no Norte de Portugal, na categoria de Arqueologia de Salvaguarda.
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(Henrique Martins)
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