A cidade de Miranda do Douro acolhe, no sábado, um desfile ibérico de pendões, "peças únicas" que estão inteiramente ligadas as atividades militares e religiosas da região transfronteiriça.
Os cerca de 60 pendões que vão integrar o desfile são estandartes ou bandeiras de grandes dimensões, usados em cerimónias civis, religiosas e militares.
Segundo a organização da iniciativa, que cabe ao município local, os pendões eram no passado ostentados em praticamente todo o reino de Leão, do qual esta região fez parte.
De cores onde predominam o vermelho carmesim (a cor do reino de Leão) e ainda o verde, o branco, azul, amarelo e creme, chegam a atingir 13 metros de altura.
Segundo o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, não foi “tarefa fácil” reunir tantos pendões com história e tradição para uma celebração que é “uma forma da união dos povos para o futuro”.
Segundo alguns investigadores da cultura mirandesa, os pendões existentes nos povoados de todo o território do antigo Reino de Leão, em que Miranda se integrava no passado, tiveram a sua origem nos pendões militares medievais que guiaram a reconquista cristã da Península Ibérica.
Ao perderem a sua função bélica, foram recuperados pela igreja e integrados nos rituais religiosos, assim chegando aos dias de hoje.
Os pendões ainda são usados em algumas aldeias e atos religiosos do concelho de Miranda do Douro, como a romaria do São das Arribas em Aldeia Nova, entre outras.
Os pendões são considerados o símbolo mais antigo das Terras de Miranda, a par do seu próprio idioma, o mirandês, e acompanham a história da região muito antes dos tempos da reconquista.
Francisco Pinto
in:mdb.pt
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