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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 31 de dezembro de 2017

... quase poema... ou do bom ano de 2018

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Se houvesse um tempo, o ano de 2017 estaria mesmo à beira da morte, estranhamente solitário, numa agonia dolorosa, sentindo a ingratidão da humanidade que ruidosamente celebra o nascimento do novo ano de 2018. O ano de 2018 ainda é um tempo sem história, sem ontem, só um imenso deserto, ainda sem chegadas nem partidas. Um ano sem emoções.
Mas o tempo é esta continuidade imensa... somente marcado pelo sol que se levanta magnífico, brilhante, vestido de lavado para ir beijar as flores e à tarde regressa feliz, do campo, para sua casa. Uma rotina sem ontem, nem amanhã, sem relógios, sem calendários, sem dias, sem meses, sem anos, sem séculos…sem pressa, até quando o sol se canse, apague o lume e vá descansar.
… e o Universo se cala e aguarda no tempo sem tempo, o infinito, o renascer de novo das cinzas do sol, dos planetas e tudo recomeça… e para sempre.
… mas na minha humanidade regresso ao ano de 2017 para agradecer, virado para o sol, para o magnífico sol, o privilégio de mais um ano. O meu tempo não se marca pelo calendário da mesquinhez política, marca-se pelo tempo das rosas, das maçãs, dos morangos, da horta em parto de novidade… o meu tempo marca-se pela chegada, pela fonte onde bebemos água e era tão fresca… pelos olhos das crianças marcando o futuro, por tanta gente bonita que acredita na vida e encontrei à beira dos meus livros… à beira da surpresa, por tudo … o ano de 2017 foi um bom ano!
… eu sei… os desempregados perdidos nas praças infindas do desespero, os jovens sem futuro à beira da emigração… da partida e ficam os sonhos, eu sei das falências e duma vida que parou, sem horizontes… eu sei dos doentes que roem as unhas nas longas esperas das urgências… eu sei… eu sei dos encontros e desencontros… eu sei!
… para todos as minhas lágrimas fraternas e humanas… Um dia… nascerá uma flor e será verde… e sairemos todos à rua agarrando a esperança… nem que seja a última esperança!
… desejo a todas as minhas amigas e amigos um bom ano de 2018!


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 

Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”. 

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