COBRO Situa se num vale, encravada em pequenas elevações, para SO da sede de concelho e a cerca de 15 quilómetros de Mirandela. É uma freguesia que tem como orago S. Sebastião.
Sobre a origem do seu nome, há várias versões. Para uns, teria sido uma grande" cobra", espécie de Herpes, que lhe deu o nome, e por ali deverá ter existido ou passado. Para outros vem da "tira larga de toucinho que sai da barriga do porco", como Viterbo diz: "chama se Cobro ao fôro de certa porção de carne de porco paga pelos reguengueiros ao Senhor". Outros ainda, como o Abade Pedro A. Ferreira, dizem que "Cobro e Cobrosa são forrnas arcaicas de Sobro e Sobrosa ", e neste caso, terra de Sobreiros. Nas Inquirições de 1258 aparece com o nome de Colubro. Pertenceu ao extinto concelho de Lamas de Orelhão até à extinção deste em 31 12 1853, sendo um dos 21 lugares que faziam parte deste concelho, passando a seguir para o de Mirandela. Fez parte da Comarca de Torre de Moncorvo, mas em 1839 figurava na de Chaves, e em 1852 na de Mirandela. Foi uma Vigararia da apresentação do Convento de Santa Clara de Vila do Conde, e era sua donatária a Casa do Infantado. Era vigararia da apresentação do mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde.
Ficando em situação menos privilegiada para o seu desenvolvimento, `fora de mão" das grandes vias de comunicação e até municipais, e não tendo recursos que pudessem colmatar essa situação, o Cobro, como aldeia tem se despovoado muito, e hoje, restam meia dúzia de casas, uma pequena capela, o cemitério e a sua Igreja Matriz ao lado. Esta é uma Igreja grande, em contraste com o povoado, com muito granito à vista, e o adro rústico e pouco usado, com algumas árvores onde não falta o Sobreiro! A Fonte do Cobro é uma fonte de arco românico, cuja tradição dizia que era milagrosa para quem nela se banhasse quando estava com o "mal". Há uma pequena ponte de arco idêntico sobre um dos ribeiros que ali passam, ao começar a subir a encosta para Rego de Vide.
A população da freguesia de Cobro era de 338 pessoas em 1950, altura em que ali havia 5 lavradores/agricultores com grandes produções e 1 professora a leccionar. Mas em 1991 descera para 265 residentes, sendo apenas 248 em 2001, e, destes, 125 eram do sexo feminino. É no amanho dos seus áridos e agrestes terrenos, nalguma silvicultura, apicultura e também algum gado que as suas gentes vão teimando em ocupar o seu tempo e tirar o sustento da sua sobrevivência. Ainda vão produzindo cereais e azeite, e criando ovelhas, cabras, bois e vacas.
Rego de Vide é anexa da freguesia de Cobro, fica a cerca de 1,5 quilómetros, tendo desenvolvido com a deslocação natural do Cobro, pois a sua situação e os seus terrenos favorecem a subsistência. Situa se ao longo de uma íngreme encosta, com as habitações prolongando se até à parte mais alta, onde está a Capela e o Largo com boas frondosas árvores e flores. Nos tempos dominicais ou de dia Santo, costumam reunir se no Largo da Capela, ou vão até à estrada ou ainda até ao Cobro de baixo junto à Igreja.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
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