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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Maria Clarisse Rodrigues
Sr.ª Dona Maria Clarisse Rodrigues, 66 anos, vive em Rabal. As pessoas na sua maioria viviam mal.
As pessoas comiam o que a casa dava. Começou a trabalhar mal saiu da Escola, ia com as vacas e ainda trabalhava em casa. Tinham um talho/taberna. Vendiam carne de cordeiro, de cabra, de ovelha velha, e vitela. Mais nos dias de festa. Sabia o que as pessoas comiam, pois ia levar a carne às suas casas. O cordeiro era baratinho, talvez 15$00 o quilo. O vinho colhia-o a casa. A Mãe alimentava muita gente, cozinhava cordeiro refogado, vitela assada ou refogada.
O pão de todos os dias era o centeio, nos dias de festa o trigo. Na matança juntava-se toda a família. Não se lembra de fazerem cozido à portuguesa, dobrada sim, comia-se usualmente.
No Natal o prato principal era bacalhau e rabas, ainda polvo. Os presentes eram laranjas, rebuçados e chocolates, e já ficavam contentes.
A Mãe fazia arroz de polvo. Fazia queijo de cabra e vaca, não fazia manteiga. As mulheres paridas comiam sopa de pita e a carne cozida. Em Rabal o butelo não tinha tradição. Diziam que as mulheres para encherem os chouriços não podiam estar menstruadas.
A fim de se conservarem as castanhas punham-se nas pias dos lagares com areia e folhas de castanheiro, ou em panelas de barro de Pinela.
Os vizinhos ajudavam-se muito, era à torna jeira. Lembra-se do rebusco, também foi, embora o Pai não gostasse. Agora já ninguém vai, é tudo rico!

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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