“Cancro na mulher” juntou testemunhos reais de quem passou pela doença

“Cancro na mulher” foi a palestra que aconteceu em Macedo de Cavaleiros, na passada sexta-feira à noite na sede da Casa do Professor, entidade organizadora.

Com o objetivo de esclarecer dúvidas e falar abertamente de cancro, muitas foram as pessoas que se juntaram e partilharam emoções, como explica Virgínia Brinço, presidente da Casa do Professor.

“A ideia de organizarmos este evento partiu da Virgínia, membro da direção da Casa do Professor, uma vez que ela também já passou pelo problema de cancro. Decidimos também tomar esta iniciativa para que ela se sentisse um bocado mais à vontade com o problema. Surgiu no mês de maio por ser o mês da mulher, também achamos que o cancro não pode ser a ideia de que é sinónimo de morrer. Estamos muito contentes com todas as pessoas que vieram.” 

Da palestra participaram vários organizações que incluíram técnicos especializados em saúde mas também testemunhos reais de quem viveu de perto com a problemática do cancro.

“Convidámos a ULS porque achamos importante as pessoas saberem como prevenir causas/consequências; convidámos as carecas power para nos darem testemunho da importância da perda do cabelo e de se assumirem como carecas, por isso vieram aqui desmistificar o problema da perda de cabelo que acaba por afetar mais mulheres que homens. Depois vieram também pessoas próximas de nós para testemunharem, porque achamos que chega de guardar o problema mas sim falar e espalhar para as outras pessoas.”

Representada esteve também a Associação “Careca Power”, uma associação sem fins lucrativos com sede em Lisboa e que pretende dar apoio a doentes oncológicos, tal como refere Joana Silva, associada-fundadora da associação.

“É uma associação que derivou de um grupo de Facebook de entre-ajuda de mulheres com doença oncológica onde nos podíamos ajudar, tirar dúvidas e desabafar. A partir de um certo momento achámos que não conseguíamos ajudar toda a gente nem chegar a todos. Então decidimos fundar a Associação porque com ela podíamos alcançar mais gente. A ajuda será a vários níveis, quer social, profissional, de integração, ajuda médica também. A nossa ideia é fazer vários protocolos e parcerias para podermos dar essas ajudas mas é sobretudo fazer com que o doente oncológico nunca mais se sinta só.” 

Uma noite em que as emoções falaram mais alto, e onde se realçou que prevenir e dar atenção a todos os sinais do corpo continua a ser fundamental.

Só em 2017 foram detetados 50 mil novos casos de cancro em Portugal, com o cancro do pulmão a ser o mais mortal das estatísticas.

Escrito por ONDA LIVRE