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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Depois dos ratos, barragem e planta condicionam percurso da estrada Vimioso/Bragança

Pela segunda vez, Vimoso aguarda um Estudo de Impacto Ambiental que pode impedir a construção de uma estrada que iria encurtar o percurso até Bragança e facilitar a acessibilidade ao concelho.
PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA
Há dez anos, uma espécie de ratos travou a mais ambicionada estrada de Vimioso que encontrou uma alternativa para encurtar distâncias com Bragança e novos obstáculos, como uma barragem que o concelho não avista e uma planta silvestre protegida.

Ainda durante o mês de julho deve ser posto em discussão pública o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de um novo traçado que, até chegar a esta etapa, já sofreu um desvio para evitar uma zona de proteção da barragem do Baixo Sabor e esbarrou no caminho com uma colónia de plantas que gozam de proteção europeia.

O presidente da câmara, Jorge Fidalgo, espera que, apesar de tudo, o processo corra bem e lembra que esta ligação “é fundamental” para resolver o problema da acessibilidade de Vimioso, mas não só: a nova estrada servirá “um terço do distrito de Bragança” e poderá, inclusive, acabar com as voltas por Espanha nas viagens entre Bragança e Miranda do Douro.

O concelho de Vimioso não é servido por nenhuma das estradas estruturantes do Nordeste Transmontano e há mais de uma década que anda às voltas com a melhoria da ligação à autoestrada A4, em Bragança, atualmente feita pela nacional 218-2, que atravessa o rio Maças num percurso sinuoso. Vimioso ambicionava encurtar para perto de metade a viagem de quase 50 quilómetros até à capital de distrito com uma nova estrada por Pinelo e Outeiro, travada há quase uma década pela presença do rato Cabrera, uma espécie protegida pela União Europeia.

Em 2015, o Governo anunciou a abertura de um concurso para um novo traçado mais longo, por Carção, que, embora mais longo, vai encurtar também a distância, melhorar a segurança e fica mais barato, com um custo na ordem dos 20 milhões de euros.

A promessa que o presidente da câmara tem, como disse à Lusa, da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), “é de que no mês de julho será entregue o EIA na Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o colocar em discussão pública”. Jorge Fidalgo espera que “tudo corra bem”, depois de terem aparecido mais alguns obstáculos ambientais na preparação do processo, como uma planta descoberta pelo padre e botânico amador Miranda Lopes, natural do concelho, que morreu em 1942.

A planta que cresce nas rochas e dá uma flor parecida com as “bocas de lobo” foi batizada com um nome em homenagem ao prior, “Antrrhinum Lopesianum”, e a sua presença nas encostas do Maças obrigou a pedir um parecer ao especialista e professor do politécnico de Bragança, Carlos Aguiar, a justificar a compatibilidade da estrada com a planta protegida.

Para além de toda a zona ser Rede Natura 2000, “a construção da barragem do Baixo Sabor, veio colocar ainda mais pressão sobre todos os territórios que estão a montante” e Vimioso é um deles, como disse o autarca. “A bacia do Baixo Sabor está a 400, 500 metros do nosso concelho, não estamos a tirar proveito nenhum daí, mas o nosso território ficou com alguns condicionalismos relativamente aos impactos ambientais que o Baixo Sabor colocou”, sustentou.

Segundo explicou, a EDP definiu no concelho de Vimioso “cinco zonas de proteção do património natural, sem dizer nada à câmara municipal” e uma dessas zonas é próxima da nova travessia, o que obrigou a desviar o traçado. Só a Declaração de Impacto Ambiental ditará se é ou não aprovada a travessia que não servirá apenas Vimioso.

“Eu tenho sempre sublinhado que esta estrada não é para servir só Vimioso. Serve um terço do distrito de Bragança. Serve Freixo de Espada à Cinta, serve Mogadouro, serve Vimioso, serve Miranda do Douro, serve quatro concelhos do nosso distrito”, vincou.

O novo trajeto poderá contribuir para acabar com as voltas por Espanha para ir de Bragança a Miranda do Douro e vice-versa. Contudo, o autarca espera também arranque no início do próximo ano com a construção da autoestrada de Zamora Quintanilha, que facilitará a acessibilidade do concelho a Portugal e Europa.

“Há empresas que podem investir em Vimioso se tiverem uma boa acessibilidade porque estão a investir no mercado nacional e europeu. Ficamos aqui mesmo à porta de Espanha, nenhum concelho tem essa proximidade como nós temos”, afirmou.

Agência Lusa

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