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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

PARADOXOS NA POLÍTICA À PORTUGUESA

Qualquer dicionário básico nos informa que paradoxo significa coisa incrível, desconchavo, afirmação ao arrepio do bom senso, extravagância.

Noutros tempos os primeiros contactos dos adolescentes com a filosofia passavam por espantosos paradoxos, sendo que o mais popular era o de Zenão de Eleia, que contrariava a lógica, colocando uma tartaruga, vagaroso réptil, a vencer o semideus Aquiles numa corrida de velocidade.

Hoje a política continua a ser campo fértil de prestidigitadores, semi-mágicos, semi-palhaços, que contam com turbas de pategos, de boca aberta perante algumas habilidades de barbas brancas, porque não se dão ao trabalho de dedicar uns minutos a pensar sobre a vida real.

Vivemos um tempo político paradoxal que nos deixa zonzos, tais são as contradições com que nos confrontamos todos os dias. Desde logo a própria solução governativa, que se tem mantido apesar de fragorosas diferenças no que respeita aos conceitos de estado democrático expressos pelos partidos que a suportam.

Sentem-se como autêntico desconchavo as posições relativamente à tragédia da Venezuela, que nos toca na pele, na dignidade e na honra que a cidadania requer. Milhões de portugueses sabem que não seria de esperar posição diferente da que conhecemos ao PCP. Basta relembrar Novembro de 1975 e o Verão anterior, quando por cá não faltaram figuras que só não chegaram a Chavez ou Maduro porque houve coragem e determinação para lhes barrar o caminho. Só resulta estranho que, mesmo assim, se alimente a ilusão de que dali se possa esperar verdadeira profissão de fé na democracia.

Também é paradoxal que depois de reiteradas penitências relativamente às condições do designado interior, sem resultados visíveis, nos últimos dias o BE ande num périplo a menos de 50 quilómetros da costa para se regozijar com investimentos prometidos em linhas férreas, com efeitos na preservação ambiental, esquecendo que estas gentes viram desactivar os comboios que havia e não lhes resta alternativa senão continuar a comprar carros a gasóleo para não ter que recorrer a récuas de mulas.

O ministro do Ambiente ter-se-á esquecido desta condição quando, escarninho, anunciou a desvalorização de tais automóveis, sem se preocupar com a mobilidade de quem por aqui ficou. Acresce que, ontem mesmo, foi lançado um sistema de transportes eléctricos entre Serpins e Coimbra, muito festejado. Ninguém se lembrou que, entretanto, durante anos, tudo foi feito para inviabilizar o metro de superfície em Mirandela e ninguém falou de soluções ecológicas para a mobilidade em centenas de municípios tratados com ufano desprezo.

Para eliminar os paradoxos, bastaria que se assumisse, com frontalidade, a opção pela democracia e pela defesa das liberdades, aqui e em todo o mundo, contribuindo para consolidar os valores que serão os esteios do futuro. Por outro lado, será esperável que tomemos consciência que não adianta contemporizar com jogos de enganos. Os líderes locais e os representantes do distrito podiam ficar para a história se abandonassem o baile de máscaras com que nos têm entretido.


Teófilo Vaz
in:jornalnordeste.com

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