Ninguém sabe há quantos anos existe o ritual mas, por aqui, todos conhecem a história e aplaudem ter-se voltado a recuperar a tradição. “Isto já acontece há muitos anos. Tem centenas de anos a tradição. Consiste de uma senhora idosa, já com muitos anos, e na hora de morrer, me jeito de arrependimento começa a deixar os seus pertences às pessoas da aldeia e vai distribuindo-os. Consiste em criticar”, contou Clotilde Mourão. “Este ano resolveram fazer a feira e muito bem”, disse João Campos. “Eu acho isto muito bonito. Há muita gente que tem as suas coisas que colhem e vem aqui vende-las”, explicou Maria Pires.
Segundo o presidente da junta, Joaquim Clemente, antigamente as mulheres não participavam do ritual. “Já tenho 50 anos e já se fazia isto mas só eram praticamente os homens, não deixavam entrar as mulheres. Era o padre à frente do caixão e andavam só os homens”.
A tradição foi recuperada pela Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Vale de Telhas. Segundo Hélder Castelo, da organização, conta que antigamente era um ritual em que só as pessoas da aldeia participavam mas este ano, por causa da dimensão do evento, várias pessoas do concelho quiseram conhecer o serrar da velha. “É a primeira vez que estamos a fazer com esta dimensão. Já se faz há muitos anos, já o meu avô participava. Depois, durante alguns anos deixou de se fazer e depois a associação de Vale de Telhas decidiu pegar novamente nesta tradição. Antigamente, quando fazíamos esta tradição, era praticamente para as pessoas da aldeia e tínhamos apenas a peça teatral pelas ruas”.
A iniciativa aconteceu sábado, em Vale de Telhas.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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