Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

O CARNAVAL EM SAMBADE

Logo de manhã cedo se sentiam as bombas a alertar a chegada do Entrudo. Sentia-se o chiar dos carros, uns após outros, muito enfeitados. Atrás deles vinham rapazes montados em cavalos enfeitados com bexigas de porco, cheias de vento para bater com elas na cabeça das pessoas.
Em seguida, aparecia um rancho de raparigas e rapazes cantando ao som de música, muito enfeitados. Os rapazes traziam nas mãos saquinhos com farinha para enfarinhar o rosto das raparigas.
À tarde, pelas 4 horas, tocavam os sinos anunciando que iam ler as Deixas do Entrudo.

As Deixas são uns versos que um rapaz vestido de Carnaval lê para toda a gente ouvir, dedicadas às raparigas. Sobe a uma varanda, e em baixo está toda a gente ouvindo. Vou escrever algumas delas:


Deixo à Maria Antónia
Por ter o olhar fagueiro
As ceroulas do Entrudo
Para oferecer ao testamenteiro.

Deixo à Belmirinha
Por andar devagarinho,
O Entrudo já a viu
A namorar num cantinho.

Deixo mais à mana
Por se chamar Branca Flor
Os sapatos do Entrudo
Para oferecer ao amor.

Deixo à Constância,
Por ter bom coração
O chapéu do Entrudo
P’ra ir à feira no verão.

Ao anoitecer, vão enterrar o Entrudo. É um boneco de palha dentro de um caixão.
Levam luzes, água para benzerem o Entrudo. Um rapaz faz de padre, cantando os
responsos. Vai toda a garotada atrás, gritando com força, despedindo-se do Entrudo,
até para o ano.

RECOLHA (1985) de Judite Morais Moreno, Sambade – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

Sem comentários:

Enviar um comentário