A professora Fernanda Outeiro. Foto Glória Lopes/jn |
A viatura já foi usada num assalto a um supermercado na zona de Guimarães e Fernanda Outeiro teme que venha a estar associada a mais infrações e crimes.
A viatura, segundo apurou Fernanda Outeiro, foi registada em Albergaria a Velha a 9 de agosto de 2018, em nome de um homem que a professora garante desconhecer. No dia 12 de fevereiro deste ano chegaram a sua casa, em Bragança, dois autos de contra ordenação referentes a duas infrações ao Código de Estrada registadas na PSP de Ermesinde, relacionadas com a viatura com a matrícula 65-21-LN. Dois dias depois, Fernanda recebeu duas notificações para o pagamento de 916.12 euros e 207 euros referentes a dívidas de portagens nas Autoestradas A1, A3, A4 e A17.
A 1 de julho nova notificação chegou à residência da professora no valor de 191,12 euros, procedentes da Autoridade Tributária e Aduaneira também envolvendo a mesma carrinha, uma Ford Transit "que pelo que fui informada está registada em meu nome, só que não é minha, nem nunca foi", garante Fernanda Outeiro.
Como não tinha andado na zona onde a carrinha tinha sido multada Fernanda Outeiro decidiu deslocar-se à PSP para saber o que fazer.
"Na esquadra disseram-me para apresentar queixa. Assim fiz. Porque o meu nome foi usado abusivamente por desconhecidos para o registo da viatura", contou. As denúncias encontram-se em fase de inquérito na PSP de Bragança e no Ministério Público. "Fui submetida a perícias para verificarem que a caligrafia do registo de propriedade do veículo não é a minha, mas sim uma falsificação. Fui ouvida em inquérito duas vezes na PSP, uma das vezes porque a carrinha foi usada num roubo e posterior fuga num supermercado de Guimarães", lamentou Fernanda que teme que venham outras coimas e multas, porque as que recebeu até à data só reportam entre 8 e 20 de agosto de 2018.
A professora foi entretanto, informada que algumas multas já estão em fase de penhora porque foi notificada e não pagou, porque os autos não foram levantados.
"Porque foram enviados para uma morada em Valongo, que aparece em alguns documentos da PSP e do Instituto da Mobilidade dos Transportes. Nunca morei naquela morada", frisa Fernanda Outeiro, que já contestou as várias coimas e solicita às autoridades que estas sejam anuladas. "Não tenho qualquer responsabilidade pelas mesmas, além de algumas têm um prazo de pagamento de 15 dias e as Finanças já me notificaram e informaram que os concessionários das portagens indeferiram o pedido de cancelamento", observou.
Entretanto, apurou que a carrinha deixou de ter a inspeção em dia no dia 22 de julho e o imposto de circulação está para pagamento, pelo que já antecipa novas coimas que devem estar para chegar. "Tem sido um pesadelo. Estou esgotada. Não consigo dormir", explica.
Glória Lopes
Jornal de Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário