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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Eu e Ele

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Tentarei hoje descrever aquele que foi o mais constante sentimento que estando comigo sempre ao longo da vida, direi que foi e ainda é, um como que instinto que me leva a, em consciência, estar de bem com Deus e com os homens! 
Direi que nunca a inveja, como a pressinto em outros, inquinou o meu coração, nem a ganância foi coisa que tivesse tido em mim qualquer simpatia. A raiva se a senti, deveu-se à constatação de que se praticaram injustiças e prepotências! O ciúme se o senti foi sem razão e sempre o escondi dos outros. A ambição teve sempre a motivação do meu equilíbrio mental e o bem-estar da família.
Sei que outros pensam de forma diversa. 
Verão em mim, alguém cretino e desapiedado. Acredito que foi apenas o facto de não retirar aos outros a atenção devida, que me fez ouvir, contrariado certas litanias em que a maledicência dirigida aos outros, não foi por mim repudiada veementemente.
Daqueles que vi subir por mérito, tenho a sinceridade para lhes dispensar o meu respeito e admiração. Admito que ninguém seja perfeito, mas tenho deparado com alguns que constantemente amesquinham outrém na tentativa condenável de se glorificarem a si próprios.
Entristece-me o saber que a humanidade sofre e que está condenada a um destino de constante sofrimento e tragédia. A inveja corrói os espíritos e só na sabedoria e na modéstia dão alegria a quem as possui. A temperança nas palavras e actos é-nos transmitida por textos e pela oralidade, nos livros sagrados e por aqueles que cultivam o hábito de os lerem e seguirem os seus ensinamentos.
A paciência e a boa vontade trazem-nos o refrigério em tempo de abrasamento e o calor aconchegante em dias de frio intenso. 
Deus será sempre o nosso apoio, a rocha onde edificamos o nosso lar e onde sentiremos o resguardo da família. 
Sempre que ao longo do tempo, por dúvida ou convencimento tive desejo de O negar não pude fazê-lo por não sentir claros, os argumentos de tal soberba que repudiei mesmo que o apelo da razão pura e unicamente material me tentassem.
O Senhor é uma força, não um indivíduo. É algo que está em nós e permanecerá até à consumação dos tempos. É Ele que nos faz, andar,  sentir, querer, crer e até duvidar, Será algo inimaginável que os relatos por mais variados não nos darão uma imagem porque Ele disse: -Eu sou Aquele que sou! Sempre pensei que a luz vem d'Ele e eu sempre estive com Ele pois é Ele que eu não vejo mas pressinto! Toda a obra digna desse nome tem a Sua marca. Quando visito locais onde a mais fina arte está patente e interiorizando o dom que os homens têm de a produzir, vejo também que é d'Ele que a clarividência vem, para fazer que compreendamos que é o Senhor que sendo ele próprio Natureza, pode criar todas as maravilhas.
Voltemos ao concreto. Sempre gostei de fazer coisas bem feitas e na profissão que me permitiu ganhar o pão para mim e para os meus, fui zeloso e dedicado, porfiando sempre para que o que se fazia tivesse a qualidade intrínseca e estética das coisa que agradam aos homens e são toleráveis a Deus. 
Nunca para mim fez sentido estar vivo e viver como morto. A vida deve ser vivida, pois foi para isso que Deus no-la deu, mas só será frutífera se a vivermos com a dignidade dos humildes e a sabedoria dos sábios! Quando, porém, a sombra da dúvida me cobre e a melancolia se transforma em tristeza e temor, invoco a força que eu sinto de mim oculta, mas que vela pelas coisas criadas e as regenera num contínuo pulsar que tem em si o fluxo maravilhoso da vida.
Louvarei o Ser que nos dá a graça para amar os homens e o louvarmos a Ele. São as flores o fecho apoteótico do arco da criação. Encontra-mo-las por aí como que espalhadas por mão sábia de florista que cuidadosamente as coloca para deleito dos seus olhos e sentidos.
Há também a poesia que nos maravilha com as suas rimas que são os seus compassos que tão bem definem a nossa capacidade para habitarmos patamares mais altos donde poderemos divisar o invisível que se tornará na forma de entendermos a nossa própria alma. As aves essas criaturas que possuem a subtileza do indizível e se apresentam com as vestes mais belas de toda a Obra, são a quintessência da Sua criação.
Louvado seja o Senhor que não conhecemos com a razão, mas que está presente na simples soma de dois elementos e no mais complexo teorema da matemática - Faz também soprar a brisa que refresca o rosto quando o sol escalda e a luz é clara! 

Bom dia...





A. O. dos Santos
(Bombadas)

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