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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
A ARTE DO "PICADO" DE MIRANDA
Sandra Nobre e a mãe, Maria Suzana de Castro, fizeram a capa de honras que foi oferecida ao Papa em Fevereiro deste ano.
Um momento que muito orgulha o povo das Terras de Miranda e em particular as duas costureiras.
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Papa com a Capa de Honras créditos: ©CM Miranda do Douro
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No atelier vi capas com cores vivas e design moderno. Já tinham destino. Uma figura muito conhecida em França que Sandra recusou dar a conhecer o nome. A maior parte das peças são em burel ou pardo e o desenho é como se fosse uma pintura.
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Capa de Honra que segue para França créditos: Who Trips
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“Dá muito trabalho, como qualquer outra atividade, mas não é qualquer pessoa que faz. O desenho é feito sem decalque. É tudo feito a olho. A minha mãe costuma dizer que desenhamos como se fosse um pintor”.
A imaginação não é completamente livre. Está muito alicerçada nos materiais e formas das tecedeiras das Terras de Miranda que havia em muitas famílias tal como sucedia em outras regiões do país.
As pessoas tinham uma economia de subsistência e a faziam também as suas roupas em casa. Eram famílias grandes e havia sempre uma tecedeira em casa e produziam mantas, colchas, saiotes… A própria utilização do picado é uma herança deste processo de trabalho.
Segundo Sandra Nobre, “o picado era muito utilizado na capa de honras e em outras peças de vestuário de pessoas abastadas”. É na tradição que se constituiu a partir destas peças que se inspiram para o vestuário contemporâneo.
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créditos: Who Trips
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A modernização passa também pela criação de uma grande variedade de produtos em tecido, “tudo o que a imaginação nos permite com inspiração nas Capas de Honra e em outras peças tradicionais.
Produzimos capas de senhora, mochilas, carteiras…. Outra situação interessante é que reutilizamos matérias primas antigas como o pano de saco em linho ou lã.”
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créditos: Who Trips
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Na atualidade são poucas as pessoas que produzem de modo artesanal este tipo de peças tradicionais. No entanto, Sandra acha que não há o risco de a arte desaparecer por falta de artesãos.
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créditos: Who Trips
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O que mudou foi o género. Antes eram os homens que produziam a Capa de Honra, os alfaiates. Agora juntam-se, até em maior número, as costureiras. No concelho de Miranda “há duas ou, podemos dizer, quatro porque a minha mãe trabalha com mais três mulheres”, refere Sandra Nobre.
A produção mudou de género e também de peso. Com os novos materiais, uma capa de honras pesa cerca de 8 quilos. Antes com matéria prima totalmente artesanal, pesava mais de 15 quilos.
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Capa de Honra, Miranda do Douro créditos: Who Trips
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A Capa de Honra é uma peça tradicional de Miranda do Douro e protegia do frio intenso. Tem também uma carga simbólica que revela honraria por parte de quem a usa e também de quem é recebido por alguém que a veste.
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Sandra Nobre créditos: Who Trips
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