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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

“Razones para Quedarnos” põe o despovoamento em discussão do outro lado da fronteira

Do outro lado da fronteira a quebra demográfica também está na ordem do dia. Encontrar, discutir e compreender estratégias que travem o despovoamento que o interior de Espanha tem vindo a registar, nas últimas décadas, foi tema de debate, ontem, em Zamora.
O congresso, organizado pelo jornal zamorano La Opinión, juntou vários nomes de relevo em diversas áreas onde importa perceber como o despovoamento tem actuado e de que forma a tendência se pode alterar. Agustín Sanchez de Vega, presidente do concelho consultivo de Castela e Leão, reforçou, no encontro, que este é um problema que tem condicionado as políticas públicas. “O despovoamento é um problema social e político, de grande envergadura, que põe em prova o sistema de direitos da nossa constituição porque é um desafio à igualdade de oportunidades e à cobertura dos direitos em todo o território e a todas as pessoas. 

Vivemos numa comunidade autónoma com 2248 municípios, 25% de toda a Espanha, muitos deles com menos de cem habitantes e realidades como esta condicionam as políticas públicas e orientam a decisão sobre os recursos orçamentais que exigem um financiamento local adequada às circunstâncias do nosso território e população”.

Antonio Vargas, manager institucional da Google de Espanha e Portugal, sublinhou que a Internet, que quebra diversas barreiras, é uma imensa oportunidade para a repovoação de Espanha. O orador salientou ainda que a tecnologia representa o alcance eficiente de todos os serviços mas que falta alguma formação para a saber aproveitar. “A tecnologia digital, conectada à internet, oferece-nos um mundo de benefícios interminável. A digitalização é a grande oportunidade para reverter este processo de abandono e começar uma nova vida de âmbito rural. O mundo digital quebrou barreiras de espaço, evitando a necessidade de dispersar e criando um mundo sem fronteiras, quebrou barreiras de tempo, oferecendo repositórios infinitamente maiores que as maiores bibliotecas da história da humanidade, quebrou barreiras económicas, dando acesso a um mundo cultura, educação, comunicação e entretenimento gratuito, e quebrou barreiras de intermediação. O mundo rural pode aproveitar mais que ninguém estes benefícios”.

José María Díaz, vice-reitor da Universidade de Salamanca, uma das mais antigas do país, lamenta que os alunos que ali se formam não tenham um futuro muito certo na província de Castela e Leão. “Eu formo estudantes não para que fiquem em Castela e Leão. O meu dever é formá-los para que acumulem toda a bagagem necessária para que possam fazer o que queiram no futuro. Desgraçadamente tenho que lhes dar uma má notícia que é que Castela e Leão está intimamente ligada ao sector primário, que passa por produzir alimentos e essa produção atravessa problemas muitos graves. No ano de 1900 havia 63 a 64% da população activa espanhola a dedicar-se ao sector primário, agora esse número é inferior a 5%”.

Teresa Ribera, vice-presidente do Governo de Espanha e Ministra para o Desafio Demográfico, mostrou-se emocionada por estrear-se publicamente neste cargo em Zamora, um território que, nas suas palavras, é marcado pelo envelhecimento e baixa natalidade. Teresa Ribera acredita, ainda assim, que a província de Zamora é um território repleto de oportunidades. “Para mim foi uma grande descoberta, depois de passar cinco anos com uma vida profissional fora de Espanha, voltar ao meu país e encontrar esta conexão emocional, a capacidade de construir pontes entre o campo e a cidade, entre o urbano e o rural, entre os distintos sectores de actividade económica, industrial, social e cultural, vendo-nos de outra maneira. Esta vontade, que provavelmente antes não estava com a intensidade que se precisava para poder reverter a situação, é a grande oportunidade que temos diante para poder acertar as políticas que nos ajudem a ficar onde queremos e a reconstruir essa falha que parecia uma espécie de muralha”.

O congresso, “Razões Para Ficarmos”, que aconteceu, ontem, na sede do Conselho Consultivo de Castela e Leão, em Zamora, pôs a questão do despovoamento em debate, contando ainda com várias outras intervenções.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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