Numa altura em que as alterações climáticas e as ameaças sobre a vida na Terra nas suas múltiplas dimensões exigem que, para salvar o que ainda nos resta, a ação seja a palavra de ordem, a Palombar está na linha da frente a fazer o que realmente importa: conservar e proteger o legado de cerca de 3,7 mil milhões de anos de história evolutiva da vida na Terra e toda a sua riqueza, diversidade e serviços naturais, bem como o património Humano, material e imaterial, que caracteriza o interior rural do país.
Agir é urgente e é urgente agora. Estamos a agir há 20 anos e continuaremos a agir nos anos vindouros porque esta é uma luta contínua que só terá fim quando cada cidadão, cada comunidade, cada governo e cada país do mundo ganharem consciência e agirem também eles em defesa da recuperação, conservação e proteção daquilo que permite a todos, humanos, demais seres vivos e os seus habitats, viver em equilíbrio: a natureza em toda a sua plenitude.
Através das ações realizadas no âmbito das nossas diversas áreas de atuação (conservação da natureza, património rural, pombais tradicionais, sensibilização e educação ambiental, formação e voluntariado) e dos nossos vários projetos de âmbito nacional e internacional (entre os quais se destacam o Sentinelas www.sentinelas.pt, ConnectNatura www.connectnatura.pt, Por Uma Gota www.porumagota.pt e LIFERupis www.rupis.pt), intervimos diretamente no terreno, num trabalho de envolvimento, diálogo e cooperação com as comunidades locais, com o objetivo de promover mudanças concretas que beneficiem de forma continuada e cada vez mais abrangente o binómio Homem-Natureza.
A Palombar iniciou a sua atividade enquanto Associação de Proprietários de Pombais Tradicionais do Nordeste, com o objetivo de revitalizar estas estruturas arquitetónicas icónicas do Nordeste Transmontano, com elevado valor sócio-ecológico, e promover a conservação de uma das aves de rapina mais emblemáticas dessa região, a águia-de-Bonelli (Aquila fasciata). Ao longo dos anos, a associação foi diversificando a sua atividade e aumentando a sua área de intervenção, com o objetivo de dar respostas às necessidades de uma região com uma riqueza natural e patrimonial única e, em 2013, fruto da ambição coletiva que caracteriza esta organização, foi realizada uma alteração nos seus estatutos, tornando-se então uma organização de conservação da natureza e do património rural.
Desde a sua fundação, foi o trabalho, o empenho, a colaboração, a dedicação e o contributo de todos os seus corpos sociais, equipa, sócios, voluntários, parceiros, promotores, financiadores, comunidade e amigos que permitiu à Palombar crescer enquanto organização coletiva, desenvolver-se, expandir-se e afirmar-se no panorama nacional na área da conservação da natureza e do património rural.
A Palombar é uma ONGA sem fins lucrativos, com sede na aldeia de Uva, no concelho de Vimioso, distrito de Bragança, que tem como missão conservar a biodiversidade, os ecossistemas selvagens, florestais e agrícolas e preservar o património rural edificado, bem como as técnicas tradicionais de construção.
A organização, que atua orientada por uma abordagem pedagógica e de cooperação, promove também a investigação científica nas áreas da Ecologia, Biologia da Conservação e Gestão de Ecossistemas, a educação ambiental, o desenvolvimento das comunidades e a dinamização do mundo rural. A área de intervenção da Palombar é principalmente a região de Trás-os-Montes, contudo, a organização tem vindo a expandir o seu território de atuação.
A Palombar desenvolve todo o seu trabalho com foco na díade conservação da Natureza/Património rural. Estes são dois elementos que estão intrinsecamente ligados e que, ao longo dos séculos, estabeleceram uma relação de benefício mútuo: assim como a arquitetura tradicional ou vernacular, assente no uso de materiais sustentáveis e em fontes naturais locais, contribui para a promoção da biodiversidade e para a proteção da natureza, também a conservação da natureza beneficia as comunidades humanas e o seu património construído.
Passados 20 anos, a Palombar tem como desígnio e meta estratégica continuar a cumprir a sua missão enquadrada no contexto de ruralidade que caracteriza o interior do país e mostrar que é possível contrariar a tendência de abandono e degradação do mundo rural e promover a sua dinamização e desenvolvimento sustentável. É não só possível como inevitável, pois é sobretudo no interior profundo e rural que estão estabelecidos os principais ecossistemas e a biodiversidade dos quais todos dependemos e cujo equilíbrio e proteção são absolutamente vitais para a nossa sobrevivência.
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