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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

20 anos + 5 espécies de fauna | Coelho-bravo

Para que possa conhecer melhor a dimensão e a diversidade do nosso trabalho, lançámos, a propósito das comemorações dos 20 anos da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, a rubrica 20 anos 5+5+5+5, que pretende destacar, até ao final do ano, 5 espécies de fauna, 5 espécies de flora/habitats, 5 elementos do património rural edificado e 5 elementos culturais e da comunidade beneficiados pelas ações desenvolvidas pela organização nos seus 20 anos de história.
Coelho-bravo. Fotografia Wikicommons
Hoje vamos falar do Coelho-bravo...O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) é uma espécie cinegética que tem como habitat preferencial as paisagens de mosaico que apresentam tanto zonas fechadas, que funcionam como locais de abrigo, com matos e bosques; como zonas abertas, onde procura alimento, nomeadamente pastagens naturais e artificiais e terrenos agrícolas. Reproduz-se em tocas durante todo o ano, embora a maioria das ninhadas nasçam entre fevereiro e agosto e tem normalmente entre três a 12 crias por ninhada (cerca de três a sete por ano).

Os coelhos produzem dois tipos de excrementos, os que funcionam como marcação odorífera (cobertos por secreções das glândulas anais) do território e os normais, que são muitas vezes ingeridos por terem um elevado valor nutritivo. Alimentam-se de folhas de várias espécies vegetais nutritivas, incluindo cereais em germinação, rebentos de árvores, couves, gramíneas, bolbos, cascas, entre outros vegetais.

Apesar de estar presente em quase todo o território nacional, a densidade das suas populações varia de alta, sobretudo no sul do país, a residual, principalmente no norte.

Depois de afetadas pela destruição de habitats e por doenças como a mixomatose, desde os anos 50, e a doença hemorrágica viral, no final dos anos 80, as populações de coelho-bravo no país tinham estado a recuperar, no entanto, começaram a diminuir novamente a partir de 2012. Atualmente, o que mais tem afetado as populações de coelho-bravo é uma segunda estirpe do vírus que provoca a doença hemorrágica viral, a qual, ao contrário da primeira, afeta também os coelhos juvenis. Estima-se, na atualidade, que as populações de coelho-bravo diminuam, em média, 20% por ano em Portugal.
Coelho-bravo. Fotografia JJ Harrison/Wikicommons.
Por que é importante conservar e proteger o coelho-bravo?
O coelho-bravo tem um estatuto de conservação “Quase Ameaçada”, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Em dezembro de 2019, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) reviu o estatuto de conservação do coelho-bravo nas áreas onde este é nativo (Portugal, Espanha e França), tendo este passado de “Quase Ameaçada” para “Em Perigo” de extinção. A alteração do estatuto do coelho-bravo foi realizada devido ao registo de uma descida global das suas populações na ordem dos 70% nos últimos anos e à existência de populações muito fragmentadas.

O coelho-bravo é uma presa-chave de várias espécies ameaçadas, quer de mamíferos, como o lince-ibérico (Lynx pardinus), quer de aves, como a águia-de-Bonelli (Aquila fasciata), a águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) e a águia-real (Aquila chrysaetos).

Com o objetivo de aumentar as populações de coelho-bravo no Nordeste Transmontano, de forma a beneficiar não só esta espécie, como toda a cadeia trófica a ela associada, a Palombar tem implementado várias medidas que promovem o seu fomento e conservação.

Como contribuímos para a conservação do coelho-bravo?
A Palombar contribui para a conservação do coelho-bravo através de diversas ações, nomeadamente por via da instalação de bebedouros e comedouros para a espécie no território (Unidades de Alimentação Artificial), de modo a assegurar a disponibilidade de recursos básicos, sobretudo durante o período estival; da criação de sementeiras e clareiras para aumentar os recursos tróficos e criar zonas propícias à conservação do coelho-bravo; bem como através da criação de morouços (abrigos artificiais que constituem locais de refúgio e proteção para a espécie). A organização realiza também a monitorização das populações de coelho-bravo, com o objetivo de avaliar a sua densidade no Nordeste Transmontano.

As ações que contribuem para a conservação do coelho-bravo são desenvolvidas no âmbito de que projetos?

Grupo Nordeste
O Nordeste – Grupo para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável é constituído pela Palombar, pela AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino e pela APFNT - Associação dos Produtores Florestais do Nordeste Transmontano.

Tem como objetivo dar vida a um modelo de intervenção que, unindo a conservação da Natureza à agricultura e à exploração florestal sustentável, promova o envolvimento das comunidades locais e dinamize o desenvolvimento integrado do espaço rural nos vales dos rios Sabor e Maçãs, que estão inseridos na ZPE Rios Sabor e Maças.

No âmbito deste grupo de trabalho, a Palombar é responsável pela implementação de um conjunto de ações que visam a conservação do coelho-bravo, entre outras espécies, muitas das quais são financiadas pela EDP Produção e enquadradas na implementação de medidas de mitigação dos impactos gerados pelo Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor.
Saiba mais em www.nordeste.eu

LIFERupis
O 'LIFE Rupis Conservação do britango e da águia-perdigueira no vale do rio Douro' é um projeto transfronteiriço, do qual a Palombar é parceira, financiado pela União Europeia, através do Programa LIFE, e coordenado pela SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

O seu principal objetivo é a conservação do britango (Neophron percnopterus) e da águia-perdigueira (Aquila fasciata) no vale do rio Douro, através da implementação de medidas que pretendem reduzir a mortalidade destas espécies e aumentar o seu sucesso reprodutor.
Saiba mais em www.rupis.pt

SOS Coelho
O SOS Coelho é um projeto nacional coordenado pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) e pela Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça (ANPC) que tem como objetivo recuperar as populações de coelhos selvagens em Portugal e combater a doença hemorrágica viral.


No âmbito deste projeto, é implementado um conjunto de ações concertadas que permitirão compreender melhor a etiologia, a biologia e o impacto da nova estirpe da doença hemorrágica viral sobre as populações de coelho-bravo, bem como identificar soluções para assegurar a conservação desta espécie, que é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas mediterrânicos ibéricos.

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