sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

94 milhões de euros em projetos a desenvolver em dez municípios transmontanos

 Foram assinados, esta manhã, os protocolos no âmbito do Roteiro para o Desenvolvimento Sustentável e Integrado das Terras de Miranda, Sabor e Tua.
No total são 148 projetos que envolvem os municípios de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Vila Flor, do distrito de Bragança e Alijó, Murça, do distrito de Vila Real.

Para já, os contratos aprovados pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) debruçam-se, essencialmente, em projetos que visam melhorar a qualidade da água e saneamento nos referidos Municípios, como explica José Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA):

“Foi uma questão muito reclamada pelos municípios. Sabemos bem que havia alguns com uma taxa de entendimento e nível de desempenho na questão da água e saneamento muito abaixo do nível da média nacional, por isso, era necessário criar condições para recuperar os níveis, quer em cobertura, quer no desempenho.

Hoje é um bom dia pois estamos a concretizar os contratos para financiar mais de oito milhões de investimento em matéria de água e saneamento.” 

No caso de Macedo de Cavaleiros, cidade anfitriã da assinatura destes protocolos, o projeto aprovado visa a renovação das redes de água do concelho. O apoio dado rondará os 800 mil euros, para um investimento total de 940 mil.

Uma intervenção há muito necessária, considera Benjamim Rodrigues, presidente do Município Macedense:

“No caso de Macedo de Cavaleiros, a prioridade máxima foi a rede de abastecimento de água, que é obsoleta. Macedo foi dos primeiro municípios a ter um abastecimento de água em condições salubres, mas está deteriorada, degradada e com imensas fugas.

Estes protocolos que hoje assinamos são muito importantes para os municípios e, principalmente, para percebermos que não fomos esquecidos quando usam os nossos recursos naturais.

O país é uma base económica muito forte, vendemos energia que é produzida no território a toda a Europa, e, com tal, temos de trazer alguns benefícios.”

Contratos que, ainda assim, não deixam sossegados os municípios transmontanos na questão da cobrança dos impostos da venda das seis barragens à Engie, sublinha Helena Barril, presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro:

“Isto nem é uma questão de sossegar mas sem dúvida que esta é uma tentativa de minimizar o impacto do valor dos impostos da venda das barragens. Mas hoje, é relevante sublinhar a importância deste roteiro para todo o território. Vai ter, sem dúvida, um impacto positivo muito grande.”

No entanto, a Secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, considera que este é um plano que traz alguma paz às populações:

“Claramente este roteiro ajuda a pacificar e a tentar que as populações compreendam o propósito destes serviços essenciais. Isto é extremamente importante para o desenvolvimento territorial.”  

São 94 milhões de euros que, num calendário de seis anos, se destinam a projetos que envolvem a conservação da natureza e florestas, eficiência energética, mobilidade sustentável, gestão de recursos hídricos e urbanos.

Os contratos assinados hoje são relativos à primeira fatia deste investimento.

Escrito por ONDA LIVRE

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