João Lopes é produtor de azeite e vinho e já começou a fazer contas aos prejuízos. Para já, o olival é o mais afectado. Por ano produz entre 2 mil a 3 mil litros de azeite, mas prevê que a produção caia 30%.
“Houve logo problema no vingamento, muita flor que não vingou. Com a seca que estamos atravessar, de certeza, que o fruto não vai conseguir vingar”, afirmou.
No que toca à vinha, reconhece que o calor é importante para produzir bom vinho, no entanto temperaturas extremas como as que se têm sentido nos últimos dias, podem afectar a produção.
“Vai cair a produção, porque com a falta de água, há muita uva que não se vai criar e algumas plantas talvez morram com a seca. Pode haver também um desequilíbrio de maturação”, explicou, acrescentando que “não há água para regar”.
Segundo Duarte Borges, produtor de maçã e técnico da Associação de Fruticultores e Viticultores do Planalto de Ansiães, diz que a situação é “bastante dramática”. No caso da maçã, está a ser feita uma gestão rigorosa da água, que pode trazer consequências. Com a planta a receber menos água, pode diminuir para metade a produção este ano.
“Numa situação normal, a recolha de água para regar as macieiras seria através de charcas. Este ano, como o Outono e Inverno foram muito secos não houve, na grande maioria das explorações, capacidade de ter água suficiente para realizar a rega”, explicou.
O Ministério da Agricultura vai abrir um aviso de 12 milhões de euros para apoiar a instalação de sistemas de precisão para o uso da água nas explorações agrícolas.
A seca está a trazer graves prejuízos aos agricultores, nomeadamente de Carrazeda de Ansiães que começam a ficar desanimados com a quebra de produção das culturas, porque não há água para as regar.
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