As alterações climáticas (com a seca bem visível no rio) e a perda de biodiversidade, com destaque para as espécies raras e ameaçadas da região, como o Acónito (Aconitum napellus) ou o mentrasto-de-folha-longa (Mentha longifolia), mas também para as espécies submersas que, embora comuns, tantas vezes passam despercebidas, como a espiga-de-água-crespa (Potamogeton crispus), ou o mil-folhas (Myriophyllum sp.) foram alguns dos temas abordados durante a atividade. Mereceu ainda destaque o problema crescente das invasões biológicas já que tivemos a oportunidade de observar algumas das que já invadem os rios da região, como a azola (Azolla filiculoides) ou o lagostim-do-sinal (Pacifastacus leniusculus).
Mas, para além da identificação dos problemas, houve ainda tempo para falar de soluções. Do controlo biológico à invasivoria, de restauro ecológico e da urgência de fazer chegar o conhecimento científico às comunidades locais que usam e gerem os rios e as suas margens, para que possam ajudar a resolver os problemas em vez de os agravarem. E também do papel das autarquias e das associações locais como guardiões destas espécies em perigo de extinção que encontram aqui os seus últimos refúgios.
Foi um passeio agradável, rico em observações e trocas de ideias durante o qual contribuímos para que todos conheçam melhor o nosso rio Angueira, mas também os desafios globais que enfrentamos e o papel da ciência e das comunidades locais na solução destes desafios.
A atividade contou com Jael Palhas como monitor e com a participação adicional dos voluntários do campo de trabalho organizado pelo Centro de Acolhimento do Burro em Serapicos.
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