Luís Ferreira, Diretor Executivo da Heliportugal, explica que a escolha de Macedo de Cavaleiros é estratégica dada a centralidade em relação à Península Ibérica, para competir com a capacidade instalada de manutenção em Madrid e Barcelona:
“Macedo de Cavaleiros, para nós, tem uma centralidade, a nível da Península Ibérica, muito importante.
No nosso tipo de trabalho, em que prestamos serviços de helicóptero, quer de manutenção, quer de treino e até a própria operação, todo o Norte de Portugal e Espanha conseguem estar centrais em Macedo de Cavaleiros.
Portanto, Macedo para nós faz todo o sentido porque queremos crescer nesses locais e é mais fácil para um helicóptero que esteja no Norte de Espanha vir a Macedo, fazer uma manutenção quando terminar a campanha de incêndios, do que ir a Madrid ou Barcelona. O objetivo é, claramente, desenvolver essa parte da manutenção e treino, e com isso trazer a parte da operação com meios pesados.
As condições que a Câmara tem criado nos últimos anos têm sido um investimento muito importante para reforçar o Centro de Meios Aéreos.”
Além disso, há intenção de sediar um helicóptero pesado Kamov em Macedo de Cavaleiros:
“Há um esforço muito grande da nossa parte para reforçar os meios aéreos em Portugal, em particular os pesados, e temos estado a trabalhar com a ANPC para que um deles venha para Macedo.
O meio aéreo que esteve aqui em Macedo a certa altura foi para Braga, que também é uma zona muito fustigada, e se existir mais um meio pesado, pelo menos essa é a nossa convicção, a nível geográfico faz todo o sentido que esteja aqui no interior norte que é uma zona também bastante atingida pelos incêndios.
Temos acompanhado de perto esse desenvolvimento para tentar trazer para cá o meio, e basta ver que, por exemplo, o ano passado muitas das saídas que o helicóptero pesado de Braga teve foi aqui para o interior.
Não sabemos quando isso poderá acontecer, pois os concursos públicos também têm uma dinâmica própria, mas acreditamos que no próximo concurso Macedo será um dos pontos com maior competitividade para conseguir ganhar um meio aéreo.”
A empresa vai ainda complementar a parte prática da formação dos futuros mecânicos de helicópteros que vão frequentar o curso de manutenção de aeronaves no Centro de Meios Aéreos macedense.
O contrato de arrendamento entre a autarquia de Macedo e a Gestifly, S.A., que pertence ao grupo da Heliportugal, já foi assinado e com ele a Câmara vai receber uma renda mensal de 2500 euros. Prevê a cedência do Hangar nº 2 e de três salas do edifício do Centro de Meios Aéreos, assim como os espaços comuns, para apoio à atividade e formação dos pilotos da empresa.
Paulo Rogão, vereador do Município de Macedo de Cavaleiros, acredita que a instalação desta empresa será uma mais-valia, sobretudo para a economia local:
“Isto vem um pouco de encontro à questão de queremos criar aqui um cluster a nível aeronáutico.
Vem, no fundo, trazer mão-de-obra qualificada para Macedo de Cavaleiros, com os técnicos de manutenção, os pilotos e dará mais movimento a esse nível, pelo menos é a expectativa, quer nossa quer da empresa.
O contrato é de cinco anos, eles estão muito entusiasmados com a vinda para Macedo e estamos em crer que é bom, pois traz movimento à economia local com as pessoas que virão para cá.
Paralelamente a isso, estamos até ao final do mês com as inscrições abertas para o Curso de Manutenção de Aeronaves, e apelo aos jovens, principalmente, pois é um curso extremamente atrativo, tanto a nível profissional como de remuneração. É necessário um mínimo de 12 alunos e vamos ver se conseguimos preencher a turma até ao final do mês.”
A empresa já se começou a instalar em Macedo de Cavaleiros e o objetivo é conseguirem estar a trabalhar em pleno no terceiro trimestre do ano.
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