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| Ulmeiro. Foto: Threecharlie/Wiki Commons |
A grafiose chegou à Europa no século XX, arrasando muitas populações europeias de ulmeiros (Ulmus minor) ao matá-los quando chegam à idade adulta. Esta doença é provocada pelo fungo Ophiostoma novo-ulmi e transportada por algumas espécies de escaravelhos que utilizam o tronco destas árvores para aí escavarem galerias e depositarem os seus ovos, isto porque carregam consigo esporos do fungo a partir de outros ulmeiros doentes.
Mas apesar da devastação provocada, alguns ulmeiros conseguiam sobreviver, “mostrando uma resistência natural que permitiu iniciar programas de melhoria genética e repopulação”, explicou esta semana, numa nota de imprensa, a Universidade Politécnica de Madrid (UPM), cujos investigadores participaram neste estudo publicado pela revista científica The Plant Genome.
O resultado dos trabalhos de descodificação do genoma completo de um ulmeiro resistente à grafiose é um mapa genético que reconstrói em detalhe os 14 cromossomas do ulmeiro e localiza mais de 46.000 genes desta árvore, fornecendo informação sobre a função de cada um e o papel que terá na defesa relativamente ao fungo, explica a universidade espanhola.
Esta foi a primeira vez que cientistas fizeram um mapa genómico detalhado desta espécie emblemática, incluindo a identificação dos genes que são responsáveis pela resistância à doença. A partir desta informação, a equipa espera que seja possível estudar os mecanismos moleculares que protegem os ulmeiros da grafiose. “Isto vai facilitar a seleção e cruzamento de indivíduos resistentes e permitirá acelerar a recuperação do ulmeiro nos ecossistemas europeus”, comentou o investigador Juan Antonio Martín García, da UPM, um dos autores do estudo.
“Este genoma será uma ferramenta chave para desenhar estratégias de reintrodução e restauro de populações de ulmeiros resistentes na Europa, sublinha a universidade madrilena. De acordo com a equipa, “esta sequenciação marca um antes e um depois no estudo do ulmeiro e representa uma ferramenta chave para desenhar estratégias de reintrodução e restaurar as florestas de ulmeiros europeias, com vista a que os ulmeiros voltem um dia a povoar praças, caminhos, jardins e ribeiras.”

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