sexta-feira, 25 de maio de 2018

TRABALHAR NA INFÂNCIA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Há diferentes opiniões. Uns são de parecer, que a criança deve trabalhar, desde que o serviço seja apropriado para a idade. Outros, asseguram que não devem executar qualquer tarefa. A única, por dever, por obrigação: é estudar. Prepararem-se para o futuro.
Vem agora Professor Emérito da Universidade de Minnesota, Marky Rossman, num estudo sobre tarefas domésticas, declarar que as crianças que tiveram a cargo serviços domésticos, sob sua responsabilidade, têm mais facilidade de triunfar na vida, porque adquirem responsabilidade e autoconfiança.
Não querendo ser juiz, parece-me que o Professor de Minnesota, tem razão.
A experiência – adquirida na Universidade da Vida, – ensina-nos, que os jovens, que trabalharam desde criança, mostram maior capacidade de adaptação no campo laboral.
A propósito do que foi dito, vou narrar caso verídico, passado comigo, durante o restauro de andar que possuía.
A empresa que contratei, colocou na obra, artista dos seus quarenta anos e aprendiz de vinte e poucos.
O homem, trabalhara desde os catorze anos e era grande conhecedor da profissão, e competentíssimo. O aprendiz, que tinha o décimo segundo do secundário, e já trabalhara na Alemanha, nem a massa, para encher paredes, sabia fazer! …
Dizia o artista, sorrindo, apertando as mãos calejadas. - “ Na idade dele, já era encarregado de obra! … Aprendi, com meu pai, a profissão, desde pequenino. Este, que só começou a trabalhar com vinte anos, nada sabe. Depois…lamenta-se, que ganha como aprendiz…sendo homem! …”
Não sou apologista das crianças trabalharem por conta de outro; mas, acompanhar o pai e a mãe na lida doméstica, parece-me de grande vantagem para sua autoconfiança. Ou estarei em erro?

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

Sem comentários:

Enviar um comentário