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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Barragem

OPINIÃO: Jorge Lage
Cortaram-nos o rio com betão
E as águas apressadas acalmaram.
Foram subindo aqui e além; e formaram
O enorme lago desta antevisão.

Daqui, do miradouro do Arrebentão,
Contemplo as águas lisas que inundaram
As mil memórias dos que ali andaram
Roubando à terra um pouco do seu pão.

Além, rodeando um monte como ilhota,
Um barco vai cumprindo a sua rota
Para deleite de quem nele descansa.

Porém, se os ventos sopram ao revés,
Será o Santo Antão, mais uma vez,
Que as águas revoltosas pára e amansa.

Manuel António Gouveia in «Rio Sabor»

Com este poema de Manuel António Gouveia pretendemos memorar todos os que se têm batido por rios mais naturais em Trás-os-Montes, principalmente os que de todas as formas, pela escrita, pela filmagem ou em simples manifestações desaprovam as grandes barragens do Baixo Sabor e a do Tua. A barragem do Tua, em plena região vinhateira do Douro classificada de Património da Humanidade, vai tragar a última e mítica linha-férrea do Tua, entre a Foz-Tua e Mirandela. Linha que encarna o engenho e o suor de um Portugal Interior dos finais do século XIX.
Qualquer nação culta e evoluída saberia equilibrar a solução de aproveitamento de energia hídrica, com a memória e os potenciais interesses turísticos desta região transmontano-duriense. Foi uma selva de interesses e será sempre um grito de revolta contra o poder económico cego, que Jorge Pelicano soube magistralmente registar no filme: Pare, Escude e Olhe.
Os Municípios afectados pela nova barragem da foz do Tua têm a obrigação de exigir uma comparticipação anual à empresa EDP pelo aluguer das terras ocupadas pelas águas da barragem e pela energia produzida. É tempo dos municípios acordarem para os direitos transmontanos-durienses sobre as barragens que lucram à custa das nossas águas e das nossas terras.

in:jornal.netbila.net

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