A freguesia de Talhas teve a sua origem em épocas muito recuadas, das quais restam ainda alguns vestígios.
Quanto ao seu repovoamento, aconteceu na época em que, tão eficientemente, o município braganção tornou a povoar o termo, que a política interna de D. Sancho I lhe destinou, quer em «Vilares Vedros», que devia já corresponder à povoação que hoje se denomina de Talhas, quer em «Vilares Novos».
Assim, o «Vilar de Talhas» incluía-se na terra de Lampaças. Contudo, perdida a função administrativa desta circunscrição (que fora tradicionalmente da administração da linhagem dos Próceres de Bragança), julga-se que só no século XII, em tempo de D. Sancho I, terá sido incorporada no termo de Bragança pela carta daquele soberano. Neste termo, era Talhas a última paróquia do sudeste da nova e alargada «terra».
Nas Inquirições de 1258, cita-se o «Vilar de Talhas», mas não se deduz a que paróquia pertencia; sabe-se, porém, que a Paróquia de S. Miguel de Talhas já existia nos finais do século XIII, parecendo ter sido resultado do repovoamento real e municipal. Talhas é citada como paróquia, com o orago actual, nas Inquirições de D. Dinis de 1288; e quanto ao padroado, a apresentação do pároco era, entre os séculos XVIII e XX, do Abade de Serapicos. Senhorialmente, a povoação de Talhas foi reguenga e pertenceu depois a Nuno Martins de Chacim e aos filhos e netos de Pedro Aires de Morais, que indevidamente a traziam por honra. Constituido o concelho de Izeda, ficou a pertencer-lhe a freguesia de Talhas, entre outras, até à extinção do mesmo pelo liberalismo.
No património cultural e edificado da freguesia, são de destacar a Igreja Matriz, as Capelas do Divino Espírito Santo, de Santa Marinah, de S. Lourenço, de Santo Amaro, de Nossa Senhora das Neves e de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Apesar de ter sofrido uma acentuada diminuição demográfica, os habitantes desta freguesia continuam a viver basicamente da agricultura, do cultivo dos cereais, do vinho, do azeite, das batatas e outros produtos agrícolas, embora existam outras actividades também relevantes, como a pecuária,dedicada especialmente à criação de gado lanífero, o comércio e os serviços, além do artesanato, cujas actividades mais desenvolvidas são a tecelagewm do linho e da lã, as rendas e os bordados regionais, a tanoaria e a tamancaria.
Embora na freguesia se verifique um fraco desenvolvimento industrial, Talhas tem apostado no turismo, aproveitando as suas belas paisagens e explorando actividades importantes, como a pesca, a caça e os desportos radicais.
População: 850 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas do Divino Espírito Santo, de Senhora das Neves, de Stº Amaro, de Stª Marinha, de Nossa Senhora da Boa Viagem, de S. Lourenço, Casa Mortuária, Alminhas, Cruzeiros, Fontes dos Namorados, de Mergulho, da Eirinha, dos Mavalhos ou Mouros, do Anóque, Cerca dos Mouros, Escola Primária, Centro Social Paroquial de Talhas, Três Marcos, Cantos das Almas
Festas e Romarias: Festas do Divino Senhor Desamparado, de S. Francisco de Assis no 2º Fim-de-semana de Agosto, da Senhora da Boa Viagem a 14 de Agosto, de S. Miguel no último Domingo de Setembro, de S. Sebastião a 20 de Janeiro
Gastronomia: Folares de Carne, de Páscoa, Fumeiro dos Derivados de Porco, Bolinhos de Mel
Locais de lazer: Parque de Merendas, Cabeça Gorda, Largo da Igreja, Fontes dos Namorados com Ribeiro
Espaços lúdicos: Estádio do Calvário em Talhas
Artesanato: Rendas e Bordados Regionais, Esculturas, Trabalhos em Madeira
Orago: S. Miguel
Principais actividades económicas: Agricultura, Pecuária, Pastorícia, Olivicultura, Vitivinicultura, Construção Civil, Pequeno Comércio, Serviços, Apicultura
Colectividades: Grupo Desportivo e Recreativo de Talhas, Associação de Caça e Pesca de Talhas, A.D.M.T.T Associação de Desenvolvimento das Novas Tecnologias em Talhas
in:retratoserecantos.pt
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