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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A lenda de Balsamão

Local: Castro Vicente, MOGADOURO, BRAGANÇA

Quem observar, da margem esquerda do rio Sabor, a cerca de um quilómetro, abaixo da ponte de Remondes, a paisagem que se eleva da margem direita até lá acima onde a vista alcança, depara com uma visão apocalíptica de rochedos inacessíveis, onde só as cobras e os lagartos podem ter morada. Lá, no cume, avista-se uma capelinha branca dedicada a Jesus Crucificado, por isso chamado Santo Cristo da Fraga, dando-se também ao rochedo o nome de Fragas do Santo Cristo. 
 Em volta da capela estende-se um planalto, onde restam ainda pedaços de muralhas e pedras com inscrições curiosas. Pois a lenda conta-nos que nesse planalto existiu um castro que deu o nome à povoação que mais tarde se formou um pouco adiante. 
 Como se sabe pela História, no tempo do famoso rei mouro Tarik, este concedeu licença aos chefes cristãos que não lhe resistissem, para se fixarem em certos lugares e cultivassem as terras. 
 Fixou-se então no referido castro um chefe cristão com a sua gente. Tinha ele uma formosa filha chamada Teodolinda que foi pedida em casamento por um moço cristão de Alfândega da Fé. Provavelmente nessa época esta localidade teria outro nome. 
 O principal chefe da mourama que subjugava estas paragens encontrava-se acastelado no monte do Carrascal — hoje Balsamão. Poderoso e prepotente impunha as mais cruéis condições às populações cristãs. Entre essas prepotências impôs o vil tributo das donzelas o qual consistia em que cada uma que casasse em vez de passar a noite no leito nupcial tinha que passá-la com o execrável rei mouro. 
 Realizou-se o casamento da formosa Teodolinda com o referido moço de Alfândega. Este porém recusou-se a pagar o tributo, não querendo entregar a noiva ao mouro o que irritou muito este e resolveu vir com os seus homens rechaçar os cristãos revoltosos. Estes resolveram enfrentar a mourama e travaram terrível luta no lugar onde hoje é Chacim. Diz-se até que este nome deriva de chacina em virtude da grande mortandade que resultou da contenda. 
 Conta a lenda que no meio dos guerreiros cristãos apareceu uma linda Senhora com um vaso de bálsamo na mão sarando as feridas dos combatentes cristãos. Estes venceram a peleja e atribuíram a vitoria a linda Senhora que seria a Virgem Maria. Mais tarde construíram uma capela no lugar onde fora a fortaleza do cruel rei mouro, no monte do Carrascal poucos quilómetros a nordeste de Chacim. Dedicaram essa capela a Senhora do bálsamo na mão que mais tarde derivou para Balsamão. Mais tarde foi ali fundado um convento muito conhecido por nele ter vivido o Frei Casimiro que morreu em fama de santidade encontrando se o processo para a sua canonização em Roma. 
 Durante alguns anos abandonado esse lugar assim como vários monumentos que nele se encontram voltou a prosperar por acção dos Padres Marianos uma congregação de origem polaca a quem pertencia o convento. 
 E um lugar paradisíaco avistando-se dali extensos e belos panoramas tem uma casa de repouso e uma estância de aguas medicinais.


Fonte:OLIVEIRA, Casimiro Raízes: Poesia, Contos e Lendas

1 comentário:

  1. Seminário onde passei um ano da minha juventude em 1967.

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