Os empresários transmontanos da restauração sentem-se asfixiados com as consequências do aumento do IVA de 13 para 23 por cento. Os gerentes optaram por seguir a recomendação das associações do sector e não reflectir o aumento do imposto no valor cobrado ao cliente, estando a suportar essa despesa.
“Estamos nós a pagar o IVA porque se assim não fosse as refeições seriam mais caras e teríamos menos clientes”, afirma Adérito Gonçalves, do restaurante Geadas.
“A primeira reacção foi aumentar os preços, mas decidimos não o fazer com medo de perder clientes”, refere Cátia Campos, do restaurante Alcateia.
Já Francisco Reis, do restaurante O Copinhos, considera a situação difícil. “Não conseguimos aumentar os preços aos clientes, que já têm dificuldades para pagar. Notou-se uma baixa significativa no número de clientes”, refere o empresário.
O tema esteve em debate na passada sexta-feira, no programa “Estado da Região”, da Rádio Brigantia, em que os empresários confessaram estar a passar por dificuldades. “Dificuldades há todos os dias. Temos feito vários sacrifícios para cumprir com tudo dentro da legalidade”, afirma Cátia Campos.
Já Adérito Gonçalves diz que não pode fazer cortes no produto, em nome da qualidade, amas reconhece que é inevitável reduzir nas despesas. “Os clientes estão habituados a um determinado padrão, mas teremos de fazer cortes, pois já tivemos de mandar pessoas embora”, lamenta.
Por outro lado, os empresários consideram que este aumento do IVA só vai prejudicar o turismo na região, nomeadamente da parte dos visitantes espanhóis.
“No período da Páscoa costumava haver muitos espanhóis e este ano já não se notaram tantos. Penso que foi por causa do aumento do IVA”, considera Adérito Gonçalves.
Já Francisco Reis não tem dúvidas que este aumento na restauração “vai-se reflectir no turismo, mas não apenas nos turistas espanhóis”.
in:jornalnordeste.com
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