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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 6 de dezembro de 2015

A praga da mulher do jogador

Local: Moimenta, VINHAIS, BRAGANÇA

O hábito de rogar pragas invocando a figura do Diabo é bastante comum no seio do povo, e, como advertência contra esse tipo de invocação, conta-se na aldeia transmontana de Moimenta, Vinhais, a lenda que segue. 
Havia um homem que tinha o vício do jogo e passava o tempo metido no forno da aldeia até altas horas da noite, onde geralmente perdia até ao último centavo o que ganhava durante o dia com o suor do trabalho.
Uma noite, roído pelo vício e já não tendo mais dinheiro para continuar a jogar, foi a casa buscar um presunto que tinha dependurado no lareiro. A mulher, ao aperceber-se das intenções do marido, largou o fuso e a roca, que usava noite dentro para poder manter o sustento da casa, e agarrou-se com unhas e dentes ao presunto para impedir que ele o levasse, ao mesmo tempo que rogou a seguinte praga: 
”— Que o Diabo me leve vestida e calçada se te deixar levar o presunto!”
O certo é que acabou por vingar a lei do mais forte, e o homem lá conseguiu pisgar-se com o presunto. Dali a nada, estava a mulher revoltada e chorosa com a perda que sofreu quando lhe batem à porta. 
— Quem é? — perguntou. 
— Sou eu. Abre a porta! 
A mulher abriu, e deparou com uma figura estranha que lhe disse: 
— Veste-te e calça-te, venho para te levar! 
Era o Diabo. A mulher ficou apavorada, mas teve, ainda assim, intuição para pedir o auxílio da Senhora do Rosário do Cabecinho, com capela na aldeia e a quem o povo recorria nas horas de maior aflição. E, no mesmo instante, prometeu alumiá-la “até à quinta geração” caso a livrasse do demónio. 
O Diabo desapareceu e a mulher cumpriu a promessa. Daí em diante, de tão conhecido se tornar este caso, o forno da aldeia deixou de abrigar jogadores, que, segundo o povo, se terão finalmente regenerado por influência da Senhora do Cabecinho.

Fonte:PARAFITA, Alexandre O Maravilhoso Popular - Lendas, contos, mitos

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