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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 26 de dezembro de 2015

“O despovoamento e a baixa natalidade exigem um olhar novo para a coesão social e territorial do país”

Completados quatro anos de bispado na diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro faz um balanço e traça os caminhos para o futuro da diocese. O Prelado mostra-se satisfeito pelo cada vez maior envolvimento dos leigos e mostra esperança na renovação sacerdotal. Mas alerta que todos têm “de sujar as mãos” e que “não há “insubstituíveis” na diocese, num claro aviso à navegação.

Mensageiro de Bragança: Após três anos, já tem praticamente concluída a visita pastoral a toda a diocese. Que balanço faz até ao momento?
D. José Cordeiro: Até ao momento Deus concedeu-me a saúde, a alegria e a graça de já visitar 283 paróquias das 326 Paróquias que a Diocese de Bragança-Miranda tem nos 4 Arciprestados de Bragança, Miranda, Mirandela e Moncorvo. Até julho próximo esperamos concluir esta primeira visita pastoral à Diocese. A realidade eclesial insere-se num tempo de despovoamento, envelhecimento e de baixa natalidade da população a exigir um olhar novo para a coesão social e territorial de Portugal para dar futuro ao presente.

MB.: Porque é importante a Visita Pastoral?
DJC.: Um ano depois da ordenação episcopal e início do ministério iniciei a visita pastoral sob a invocação e a proteção do Arcebispo santo, D. Bartolomeu dos Mártires, estando a ser um verdadeiro tempo de graça e momento especial, antes único, para o encontro e o diálogo com os irmãos fiéis e com a realidade das gentes e das terras do Nordeste Transmontano.

MB.: Como tem sido a receção ao bispo?
DJC.: Não é o Bispo o centro da visita, mas sim Cristo. A Ele têm olhado e aberto o coração, a vida, a porta das suas casas, das paróquias, das Unidades Pastorais, dos lugares de trabalho, de estudo e de sofrimento.
Tem sido excelente! A visita pastoral é o mais encantador da vida e do ministério missionário do Bispo.

MB.: Que caso ou situação mais o marcou?
DJC.: Muitíssimas pessoas me marcaram e guardo no coração o encontro com tantos doentes, com os mais sós, com os mais idosos, com os mais pobres, com as crianças, com os adolescentes, com os jovens e com os adultos. Admiro e agradeço a fé e a generosidade com que muitos Párocos e Leigos testemunham o Reino de Deus. A visita faz-nos crescer em fraternidade com uma consciência e sentido de pertença efetiva e afetiva maior a Cristo e à Igreja, para sermos cada vez mais uma família de famílias.

MB.: Após quatro anos à frente da Diocese de Bragança-Miranda, que evoluções nota?
DJC.: Sinto uma maior corresponsabilidade pastoral no Presbitério, nos Arciprestados, nas Paróquias, nas Unidades pastorais, nos serviços diocesanos e nos movimentos. O desejo de viver e repartir de Cristo nos caminhos da missão tem aumentado. No entanto, sinto que é um começo do recomeço na conversão pessoal, pastoral e missionária. O caminho sinodal que estamos a percorrer é a nota permanente da Igreja peregrina ‘em saída’ que queremos ser, respondendo também aos constantes apelos do Papa Francisco.

MB.: A instituição das Unidades Pastorais alterou significativamente o panorama administrativo da diocese. Que balanço faz?
DJC.: A reorganização pastoral em curso e a configuração nova do território espera uma mudança de mentalidade com o novo paradigma das Equipas pastorais. Sinceramente, o balanço é muito positivo. As 24 unidades pastorais territoriais caminham conforme as suas possibilidades. Temos três realidades diferentes: unidades pastorais com párocos ‘in solidum’ e equipa pastoral; unidades pastorais com um pároco e equipa pastoral; unidades pastorais com dois ou vários párocos e a equipa pastoral. As Unidades Pastorais que implementamos em 2012 na nossa Diocese de Bragança-Miranda procuram ser uma resposta aos novos desafios da Evangelização, à progressiva redução dos Sacerdotes e à corresponsabilidade pastoral de todos os fiéis num caminho pastoral de crescente sinodalidade.

MB.: Há mais alterações previstas?
DJC.: A Igreja está sempre em atualização num exercício de comunhão na fé. A partir de Julho de 2016, conclusão da visita pastoral, teremos um ano de reflexão e nos órgãos próprios da comunhão havemos de rasgar novos horizontes pastorais para melhor servir o Evangelho da Esperança e mostrar os mistérios de Cristo nesta realidade eclesial diocesana.

MB.: Esporadicamente, há alterações na distribuição de serviço pelo Clero, nem sempre bem compreendidas pelos fiéis, habituados a uma rotina. Porque esta necessidade de alterações?
DJC: As mudanças fazem bem a todos, aos Presbíteros e às comunidades, como temos verificado. Ninguém se pode sentir insubstituível e muito menos proprietário do Evangelho na Igreja. Somos apenas administradores e o que se nos pede é que sejamos fiéis a Cristo no dom do Seu Mistério e no ministério da Palavra, da Liturgia e da Caridade que realizamos. A disponibilidade do coração abre-nos para o serviço, na obediência da fé e do bem comum. As nossas mãos foram ungidas com o azeite perfumado, o bálsamo da unção, para a missão da alegria no serviço do Evangelho da Esperança. Contudo, a unção não significa que sejam intocáveis, são mesmo o contrário, é para as ‘sujar’. Há que as sujar. Àqueles que não querem sujar as mãos na realidade do mundo e da Igreja, avisava Charles Péguy “acabam rapidamente por ficar sem mãos”.

in:mdb.pt

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