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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Freguesia de Remondes

A freguesia de Remondes situa-se no extremo oriental do concelho de Mogadouro, mesmo no limite com o vizinho município de Macedo de Cavaleiros. Está situada muito perto da margem esquerda do rio Sabor.
O topónimo da freguesia deve vir do nome próprio Remondianes, latino e que poderá muito bem ser a corrupção de Remondo Anes. Com efeito, este era um noem muito usual até ao século XIII e que inclusivamente nos aparece em documentos da chancelaria de D. Afonso III. Pinho Leal refere que "o nome d'esta freguezia significa - filho, ou da familia de Reymondo (Raymundo). Depois dizia-se Raymundes."
Diz a lenda, aqui narrada por Conceição Meirinho, que, há muito tempo atrás, no sítio onde é hoje a freguesia, existia muita magia, o Deus e o Diabo, princesas mouras aprisionadas em fontes e até mesmo um dragão adormecido. Um dia, as pessoas começaram a deixar as encostas, chegaram-se acima, para mais perto da vila, onde os terrenos eram mais planos e mais fáceis de cultivar.
Neste local construíram capelas e uma Igreja, ao centro da povoação. A população cresceu depressa e nasceu ali uma nova aldeia, a que se chamou Remendos, por ser feita de bocadinhos de muitas terras, de remendinhos.
Com o passar do tempo o som desta palavra evoluiu, e, de Remendos passou a Remondes. Remondes foi um curato anual dos marqueses de Távora até à extinção desta casa senhorial e confisco de todos os seus bens. A partir dessa altura, o padroado real passou a apresentar o cura, que tinha então um rendimento de oito mil réis de côngrua e o pé de altar. Foi mais tarde uma reitoria.
Em termos administrativos, pertenceu ao concelho de Bemposta muito tempo antes deste ser extinto. No "Guia de Portugal" da Fundação Gulbenkian, Sant'Anna Dionísio refere em relação à freguesia: «Do lado de cá, no invisível alto do monte que estamos a contornar, oculta-se a aldeia velha de Remondes, no caminho antigo de Chacim e Castro Vicente para Mogadouro, muito mais directo mas também muito mais íngreme. Atingimos a vertente imediata do Sabor. Por momentos, domina-se perfeitamente a perspectiva declivosa do vale profundo, destacando-se ao longo do rio, na margem direita, a serpentina polida da estrad que segue pelas alturas de Izeda, para Bragança.
Transpõe-se por fim o rio Sabor, sobre a longa e robusta ponte de Remondes.» A ponte de Remondes, que Sant'Anna Dionísio refere a determinado trecho da situação apresentada, foi da iniciativa da família dos Távoras, executada pelo Marquês de Pombal em 1759. A sua benemerência, relacionada com um invejável poder económico, ficou na história desta freguesia e do próprio concelho.
Remondes é uma freguesia onde se tentam manter as memórias do passado. Prova disso mesmo é a lenga-lenga que se segue (apenas um excerto) e que foi ouvida por Conceição Meirinho ao seu avô António Manuel Marcelo, nascido em 1919.
«Tão forte é a neve, que meu pé prende. Mais forte, é o Sol, que derrete a neve, que meu pé prende. Mais forte, é a nuvem, que encobre o Sol, que derrete a neve, que meu pé prende. Mais forte é o vento, que espalha a nuvem, que encobre o Sol, que derrete a neve que meu pé prende. Mais forte é a parede, que encerra o vento, que espalha a nuvem, que encobre o Sol, que derrete a neve que meu pé prende. Mais forte é o rato, que fura a parede, que encerra o vento, que espalha a nuvem, que encobre o Sol, que derrete a neve que meu pé prende. Mais forte é o gato, que caça o rato, que fura a parede, que encerra o vento, que espalha a nuvem, que encobre o Sol, que derrete a neve que meu pé prende.»
Área: 1958 ha
População: 420 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas de Stº Bartolomeu, de Stº Antão, de Stª Sinforosa , das Almas, Ponte de Remondes, Fontes da Costinha, das Duas Bicas, Lavadouros Públicos das Duas Bicas, da Costinha, do Carrascal
Património Paisagístico: Zona da Ponte de Remondes (Praia Fluvial), Fragas do Poio (Capela de S. Bartolomeu), Local de Contemplação Paisagística
Festas e Romarias: Festas de Stª Sinforosa a 15 de Agosto, do Santíssimo em Junho (móvel) e Festas das Comunhões
Gastronomia: Cascas com Bulho, Orelha e Pé, Enchidos Regionais, Folar da Páscoa, Rosquilhas (tipo Biscoito), Polvo e Bacalhau cozido com Batata, Couve e "Rabos" (género do Nabo ou Beterraba)
Locais de lazer: Parque das Merendas no Centro da Povoação, Praia Fluvial
Espaços lúdicos: Polidesportivo de Remondes, Centro de Dia de Remondes (Visitas Domiciliárias)
Artesanato: Rendas, Bordados Regionais
Orago: Stª Catarina
Principais actividades económicas: Agricultura, Pecuária, Construção Civil, Pequeno Comércio, Lagar de Azeite
Colectividades: Associação Cultural e Recreativa de Remondes, Associação de Caça e Pesca de Remondes


Retratos e Recantos

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