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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Mirandela - (Distrito de Bragança)

Uma das mais importantes vilas nordestinas, bem no coração do úbérrimo vale do Tua, Mirandela teve o primeiro foral em 1250, mas foi o rei D. Dinis quem fez implantar a povoação no cabeço de São Miguel, a dotou de castelo e lhe definiu os limites por carta de foro em 1291.Um fragmento do chamado Arco de Santo António é a única ponta que resta do Castelo, tendo igualmente desaparecido o pelourinho da vila.
Opiniões sobre a origem do nome Mirandela:
Pinho Leal de Portugal Antigo e Moderno (1935): “Dizem que quem fundou Mirandela foi o rei árabe ou emir Orelhão, governador daquelas terras. Habitava na serra de Santa Comba, e, por estar em frente daquela serra aquel vila, deu-lhe o nome de A mira dela, donde Mirandela”.
Xavier Fernandes em Topónimos e Gentílicos (1944): “ Quanto a Mirandela, é mais uma terra portuguesa que apresenta a sua lenda, com que pretende explicar a origem do nome. A simples título de curiosidade, registamos essa lenda, tal como foi contada bem recente por um jornal local. «A tradição da vila anda muito ligada à lenda do Orelhão. Emir árabe, que vivia na serra hoje chamada de Santa Comba e por ser fronteira à povoação que deu a Mirandela de hoje, dizia ele estar à mira dela.
Fantasia ?
Comba era uma recatada lavradeirinha, que teve a má sorte de aquele chefe mouro a encontrar com o irmão no amanho do campo. Pretendeu-a, primeiro a bem, depois à forç. Neste último lance, matou o irmão e degolou-a depois.
Hoje existe uma povoação a vinte e um quilómetros, chamada Lamas de Orelhão, que decerto é adulteração de Lágrimas de Orelhão, as choradas por ele, arrependido do seu negro feito contra a pobre Comba».
Mas o topónimo Mirandela, evidentemente não provém de mira dela nem de mirando ela, como se conta numa variante da mesma lenda, pois não é mais do que um derivado de Miranda, com um sufixo diminutivo …
Mirandela tem, pois, o significado etimológico de Miranda pequena”.

Mirandela
Mirandela, Mirandela,
Mira-a bem, ficarás nela;
Quem Mirandela mirou,
em Mirandela ficou.

Vestígios históricos dão-nos a conhecer as influências deixadas pelas civilizações celtas, romanas e visigóticas, mostrando-nos o passado destas terras, cuja história se perde nos limiares do período histórico da Lusitânia.

O lugar de Mirandela teve a sua origem no monte de S. Martinho, junto ao monte do Mourel, onde hoje ainda se identifica o Castelo Velho. Mais tarde foi transferida para o cabeço de S.Miguel, actualmente centro histórico da cidade. D. Afonso III deu-lhe a carta de foral a 25 de Maio de 1250.
Cognominada a "Coimbra do Norte", pela configuração geográfica e traço paisagístico do rio e suas pontes, Mirandela tem a dominá-la o célebre e majestoso Palácio dos Távoras, a perpetuar o seu passado de glória e por tapete o cerimonioso rio Tua, de águas tranquilas e mansas que a beija e embala constantemente.
Mirandela é a sede de um extenso concelho que ocupa uma área aproximada de 674 Km2 e engloba 105 aldeias agrupadas em 37 freguesias. Tem 29 807 habitantes em 10 043 fogos, dos quais 8 501 vivem na sede.
Situada no centro geográfico da imensa região de Trás-os-Montes e Alto Douro, o concelho de Mirandela é com toda a certeza o mais próspero do distrito de Bragança.
Como centro propulsor de toda a actividade comercial, industrial e agrícola, a cidade de Mirandela viveu na última década uma explosão urbanística e demográfica que a  coloca em lugar altaneiro no panorama distrital.

Pela sua maravilhosa situação geográfica em consonância com as vias de comunicação que a cortam em todas as direcções, as quais constituem um eixo rodoviário por  excelência, e pelo extraordinário desenvolvimento do seu comércio e da sua indústria, cada vez mais florescentes, Mirandela antevê um futuro risonho, na esperança de poder afirmar-se como uma potência económica do Nordeste Transmontano.
Mirandela
Historia » Contos
Abreiro

 Diz a lenda que a ponte, a Arcã e cruzeiro foram construídos pelo diabo de noite, que prometeu fazer também uma estrada da ponte até à povoação em troca da alma de uma moça que lha entregaria, para mais comodamente passar o rio a fim de ir buscar água a uma fonte sita na margem esquerda. Segundo o contrato, o diabo daria a ponte concluída numa só noite, antes de cantar o galo. Quanto mais afanosa trabalhava uma legião de demónios carreando, aparelhando e assentando pedras, cantou o galo. Que galo é? - perguntou o rei das trevas infernais. - Galo branco - responderam-lhe. Ande o canto - ordenou ele. A breve espaço novo canto. Que galo é? Galo preto. - Pico quedo vociferou ele. Faltava apenas uma pedra para assentar nas guardas da ponte e assim ficou, por mais vezes que os homens tenham lá colocado, aparece derrubada pelo diabo no rio na noite seguinte. Lenda semelhante é apontada a respeito da calçada de Alpajares, também conhecida por Calçada Mourisca, e à ponte a ela ligada no termo de Poiares, que causa pasmo pela sua duração de tantos séculos (Alves, 1934).
Romeu
 A capela de N. Sra. de Jerusalém foi construída pelo povo a pedido de uma pastora a quem a Senhora apareceu, incumbindo-a de dizer ao mesmo que a edificasse, e em confirmação da sua sobrenaturalidade, para que a pastora bebesse, visto ser a terra muito falha de água, fez brotar a fonte da encosta do cabeço, onde está a capelinha ainda hoje existente. O dinheiro para a obra, segundo a tradição, era dado pela pastora que o tirava de um buraco ou de uma lapa, de onde a Senhora mandara à mesma pastorinha que o tirasse para a edificação da sua casa (Alves, 1934).
Torre de D.Chama
 Há na província de Trás-os-Montes umas esculturas zoomorfas em pedra representando quadrúpedes, conhecidos por porcas ou porcos, segundo indica a marcação sexual clara nuns, irreconhecível noutros.
Idênticas esculturas encontram-se nas províncias vizinhas de Salamanca e Zamora. Em Portugal são desconhecidos fora da região transmontana.
No Outeiro sobranceiro à vila, onde têm aparecido várias antigualhas romanas e pré históricas, é que segundo a lenda, existia a torre habitada por D. Chama, castelã lúbrica, sempre pronta a dormir com quantos cavaleiros a procuravam e, para que não divulgassem o segredo de que tinha pernas de cabra, mandava-os matar no dia seguinte. Um dos mais ardiloso tirou-lhe o anel do dedo enquanto dormia e, ao sair, apresentou-o aos guardas do castelo como sinal de aliança com a dama, que o deixaram passar.
Quando acordou e deu por falta, mandou os criados após o fugitivo, gritando-lhe: a dona chama, a dona chama; de onde o nome de D. Chama à vila, mas nada conseguiram, e então ela, vendo-se desacreditada e descoberto o segredo, ficou encantada com os seus tesouros e a lira popular a dedilhar (Alves, 1934):
D. Chama chamorra
Pernas de cabra
Cara de senhora
Franco
 Quase no sopé da Serra de Orelhão existe uma entrada (hoje quase aterrada pela erosão) que dá acesso a um corredor, que depois de percorridos alguns metros se subdivide em várias galerias que têm uma altura superior à de um Homem. Diz o povo que em tempos várias pessoas tentaram explorar o interior desta galeria com candeias ou velas acesas. Depois de penetrarem alguns metros pelo interior destas galerias, a luz apagava-se, não permitindo que se continuasse a fazer a exploração das mesmas. Diz também o povo que no final de uma das galerias está depositado um grande tesouro de ouro, que passará a ser propriedade de quem conseguir chegar junto do mesmo. Quando em menino me contaram esta história, ainda tentei reunir mais um ou dois amigos para fazermos a exploração destas galerias e pedi ao meu pai, que várias vezes visitou o local por fora que nos levasse ao local, entretanto no momento da decisão, faltou-me a coragem e nem sequer ficamos a saber a localização exacta do local de entrada (Paulo Pontes, Presidente de Junta do Franco, 2001).

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