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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lenda da Torca de Balmeão

Local: Vilar De Peregrinos, VINHAIS, BRAGANÇA

Junto a um lameiro, no termo de Vilar de Peregrinos, concelho de Vinhais, há um lugar que o povo conhece como a Torca de Balmeão, onde passa um pequeno ribeiro e para onde as mulheres costumavam levar o linho para ficar macio. 

    Diz que, há muito tempo, ficou ali uma moura encantada com um bebé, que muitas vezes se ouve chorar. E também se diz que ela só se livraria do encanto se o bebé fosse baptizado, e que, para ficar baptizado, bastaria que fosse amamentado por uma mulher que também estivesse baptizada. 
    Um dia uma mulher da aldeia foi tirar o linho da laga [local onde o linho fica a amaciar], e deixou ficar o seu menino a dormir à sombra de umas árvores do lameiro enquanto ela trabalhava. Então a moura, que estava à espreita, foi lá e trocou os bebés, ficando à espera que a mulher lá fosse dar de mamar. 
    Dali a nada, a mulher ouvia uma voz que lhe dizia: 
    — Ó mulher do linho, vai Calar o teu menino! 
    Mas ela, como conhecia bem o filho, e como o tinha deixado bem farto, só respondia: 
    — O meu bem calado está! 
    E continuava o seu trabalho sem lhe dar ouvidos. Por fim a moura, cansada de ouvir o seu menino a chorar tanto, voltou a ir lá e destrocou-os. Diz-se que, por isso, ainda lá continua na Torca do Balmeão, com o filho a chorar, à espera de ser baptizado. E também se diz que o som do ribeiro, quando vem mais forte, é o choro do bebé.

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.382-383

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