Ainda não é certo que as populações servidas pela linha do Tua continuem a beneficiar de transportes alternativos ao comboio a partir de Outubro.
Mas o presidente da câmara de Mirandela mostra-se optimista.António Branco continua à espera de luz verde da Secretaria de Estado dos Transportes para a assinatura do acordo para uma solução definitiva, depois de ter autorizado uma solução provisória, desde 11 de Julho, que termina no final deste mês. Recorde-se que o transporte ferroviário e rodoviário esteve suspenso nos primeiros dez dias de Julho porque a CP manifestou intenção de deixar de pagar a verba anual de 125 mil euros que assegurava a mobilidade destas populações entre o Cachão e Tua.
No passado dia 1 de Julho, os táxis alternativos ao comboio pararam, deixando as populações sem transportes durante mais de uma semana até que o Governo autorizou uma solução provisória que termina no final deste mês, sem que ainda seja conhecida a prometida solução definitiva para assegurar o serviço.
O autarca social-democrata e também presidente da empresa Metro de Mirandela que assegura, desde 2008, o transporte ferroviário, entre Cachão e Mirandela, e assume o transporte rodoviário alternativo em troca de uma compensação financeira da CP, revela que continua à espera de concretizar o acordo.
António Branco diz ter indicações que o processo deve ficar concluído antes do final do mês.“Nós temos a indicação por parte da secretaria de estado que o processo estaria em fase final de análise, mas formalmente ainda não recebemos qualquer informação”, refere, acrescentando que “até ao final do mês esse processo estará concluído”.
António Branco confia que seja cumprido o acordo estabelecido entre a Agência para o Desenvolvimento do Vale do Tua, a EDP, a REFER, a CP, o Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e a Câmara de Mirandela, accionista maioritária do Metro, para assegurar os transportes alternativos pelo menos até à conclusão do novo plano de mobilidade que só estará concluído em 2016, junto com a conclusão da hidroeléctrica que foi adiada um ano devido ao abrandamento das obras imposto pela UNESCO, enquanto analisa os impactos no Douro Património da Humanidade. “Espero bem que sim, que sejam feitas as diligencias para manter a mobilidade ferroviária e rodoviária nos termos em que hoje está a funcionar, garantindo os transportes à população”, afirma o autarca.
Durante este período provisório de três meses, o Metro de Mirandela ainda não recebeu qualquer verba pelo serviço que decidiu assumir, mesmo sem contrato firmado.
O presidente da autarquia acredita na palavra da CP, para não privar a maioria dos habitantes do vale do Tua do único transporte público.“A CP assumiu fazer os pagamentos nos termos em que estavam acordados e nós acreditamos que não vai haver problemas, no entanto até ao momento não temos qualquer indicação formal”, refere.
Recorde-se que quando a linha ferroviária estava a funcionar em toda a sua extensão, entre Mirandela e o Tua, a CP pagava ao Metro de Mirandela cerca de 250 mil euros anuais para assegurar o transporte. Desde que a circulação foi suspensa na maior parte da ferrovia – entre o Cachão e o Tua – em Agosto de 2008, data do último de quatro acidentes nesta linha, parte desta verba, 125 mil euros, foi deslocada para o transporte alternativo ao comboio.
Em Janeiro de 2011, a CP aceitou continuar a entregar os 125 mil euros ao Metro de Mirandela, que passou também a gerir os transportes alternativos, assegurados por táxis.
O autarca de Mirandela conta ter, até ao final do mês, uma proposta de portaria da secretaria de Estado dos Transportes para o enquadramento definitivo do transporte alternativo ao comboio na linha do Tua.
Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)
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