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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mogadouro - Lenda da Nossa Senhora da Conceição

Local: MOGADOURO, BRAGANÇA


Na egreja do mosteiro d’esta villa, é tida em grande veneração, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
    Ha d’esta imagem a lenda seguinte.
    Havia n’esta villa um clerigo, muito devoto da Santissima Virgem, que mandou fazer a um esculptor uma imagem de Nossa Senhora, para a collocar na egreja.
    Era tão pobre o esculptor, que nem tinha dinheiro para comprar a madeira, para a imagem, sendo preciso dar-lh’a o clerigo. Este foi vêr a imagem, quando estava apenas desbastada; mas achou-a tão mal principiada que disse ao artista que a não continuasse, por que a não queria.
    O esculptor encostou a imagem para um canto de sua casa, onde esteve por algum tempo, esquecida e abandonada. (Isto foi pelos annos de 1680.)
    Sabendo isto os frades do mosteiro, foram alguns, por mera curiosidade, a casa do esculptor, vêr a imagem regeitada; mas não lhe achavam as imperfeições que o padre lhe attribuia (provavelmente por a vêr por acabar), e a pediram ao padre, para a mandarem concluir, ao que elle logo annuiu.
    Era padroeiro do convento e residia na vida, o marquez de Tavora, a quem os frades foram pedir que mandasse acabar a imagem, ao que elle de boa vontade accedeu.
    Concluiu-se a imagem, e ficou perfeitissima, tanto de esculptura como de pintura; e foi collocada com grande solemnidade no altar lateral, da parte do Evangelho.
    Em 1696, todo o povo da villa decidiu fazer uma grande festa á Senhora, no dia 8 de dezembro d’esse anno. Queriam estes devotos que a imagem apparecesse n’este dia com a sagrada custodia nas mãos, o que não era facil, porque a imagem estava com as mãos postas (como todas as imagens da Virgem, representando o augusto mysterio da sua Conceição).
    Para conseguirem os seus fins, ataram a custodia com fitas; mas não foi preciso, por que a Senhora abriu as mãos, e segurou com ellas a custodia. Foi desde esse dia que a imagem ficou com as mãos abertas. Este milagre foi legalmente authenticado auctoritate ordinarii.

Fonte:PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo V, p. 356

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