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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 2 de agosto de 2015

O Lobisomem de Rego de Vide

Local: MIRANDELA, BRAGANÇA

Conta-se em Rego de Vide que, há muitos anos atrás, houve um homem que tinha um triste fado: era lobisomem. Durante o dia era uma pessoa normal, mas em certas noites saía para correr sete freguesias transformado num cavalo. 

 Ninguém no povo sabia deste fado. Mas o homem, farto dessa vida, até porque de manhã estava sempre muito cansado, resolveu abrir-se com um seu compadre, e pediu-lhe que o ajudasse a acabar com tal fado. 
 — E o que posso eu fazer? — perguntou. 
 — Faça como vou dizer: na próxima noite em que eu sair a correr fado, vossemecê pega numa aguilhada e espeta-me o ferrão no lombo até fazer sangue.  O compadre aceitou. Ao chegar a meia noite foi-se pôr num caminho junto à casa do infeliz e esperou que ele passasse. De repente, eis que passa um cavalo enorme, que mais parecia um gigante. E ia de tal modo veloz que o compadre nem conseguiu chegar perto dele. Tratou mas é de fugir. 
 No dia seguinte, o homem foi ter com o compadre, muito arreliado, perguntando-lhe porque tinha faltado ao prometido. E o compadre lá lhe explicou que não tinha conseguido sequer chegar perto dele. 
 — Podia lá eu acreditar que aquele bicho tão grande fosse vossemecê!... Tive medo e fugi — confessou o compadre. 
 — Mas não tenha medo, pois sou mesmo eu e não lhe faço mal nenhum! — insistiu o homem. 
 Noutro dia combinado, à meia noite, o compadre foi-se pôr no mesmo sítio. E ao passar o mesmo cavalo, espetou-lhe a aguilhada com toda a força. O cavalo deu um grande relincho que até fez estremecer o chão, mas de repente transformou-se no pobre homem, que daí em diante passou a ser sempre uma pessoa normal. E ele mais o seu compadre ficaram amigos inseparáveis para sempre.

Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares Vol. 1 Lisboa, Plátano Editora, 2001 , p.143

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