O presidente da Estradas de Portugal (EP) disse ontem que a introdução de portagens na Autoestrada Transmontana é, para já, um "não tema", apesar de ser uma preocupação crescente entre os utilizadores daquela via.
Está praticamente concluída a ligação direta por autoestrada de Vila Real a Bragança. Da totalidade dos 134 quilómetros desta via, falta concluir o nó de ligação ao Itinerário Principal 4 (IP4), em Parada de Cunhos (Vila Real), o qual deverá abrir até ao final do mês.
Com a conclusão da obra, crescem também as preocupações quanto à introdução de portagens nesta autoestrada, cujo 80% do traçado foi construído sobre o IP4.
É que, apesar de o contrato inicial prever portagens apenas nas variantes às duas cidades transmontanas, em fevereiro de 2011, o então primeiro-ministro José Sócrates anunciou que a autoestrada transmontana iria ter o mesmo regime de portagens das SCUT, mas com uma isenção para os residentes.
Questionado sobre este assunto durante uma visita ao Viaduto do Corgo, incluído naquela infraestrutura, o presidente da EP, António Ramalho, afirmou hoje que "isso não é um tema".
"O nosso contrato tem portagens em 10% da autoestrada, o que corresponde a 14 quilómetros. Esse é o contrato que está em vigor", salientou. Este é, no entanto, um assunto que, segundo António Ramalho, será "mais tarde discutido noutros termos".
"Não está garantido em lado nenhum que não sejam introduzidas portagens ou que não haja esforços por toda a gente", salientou.
António Ramalho lembrou o "investimento significativo" que a obra representa e que ainda "não está pago".
"Será paga apenas a partir de 2014 e, a partir de 2014, teremos um custo em média de cerca de 60 milhões por ano", acrescentou.
O período de pagamento vai até 2039.
Esta subconcessão foi já objeto de renegociação tendo a EP e a Autoestradas XXI chegado a um acordo que permitirá alcançar uma poupança de cerca de 81 milhões de euros e ao pagamento adicional à EP de 17 milhões de euros, relativo à partilha de benefícios decorrentes da otimização de soluções construtivas.
António Ramalho referiu ainda que esta autoestrada tem "risco de tráfego partilhado" e que a via tinha uma previsão inicial na ordem dos 14 mil veículos, taxa média diária.
Valores que se estimam agora que desçam para os sete a 10 mil veículos diários em toda a área da concessão.
O presidente quis ainda realçar o esforço efetuado na construção desta infraestrutura rodoviária, que inclui 160 obras de arte normais (pontes e viadutos) e mais 22 obras de arte especiais. Nestas insere-se o Viaduto do Corgo que possui 2.796 metros de extensão e 197 metros de altura.
Lusa
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