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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Vimioso - Uma viagem a pé até França

A vida de Maria Lúcia, 56 anos, é digna de uma longa-metragem da sétima arte. 
Foi enviada com 11 anos pelos pais para o Porto, onde trabalhou num café dos tios das sete da manhã até à meia-noite, hora a que fechava o estabelecimento.
Dedicou-se ao contrabando, diz ter sido violada pelos guardas fiscais, assim como outras raparigas que tentavam ganhar a vida entre Portugal e Espanha. Foi casada ainda menina com um senhor de idade, contra a vontade, de quem fugiu mal pôde. Passou ainda por Bragança antes de se lançar numa epopeia: chegar a França “a salto”, com uma filha nos braços, ilegal e sempre a pé. Uma viagem que viria a terminar da pior maneira. 
Fomos encontrá-la na sua casa, numa tarde de invernia junto ao lume, na aldeia de Pinelo, no concelho de Vimioso. Na memória tem as histórias de uma vida madrasta. 
Era ainda uma menina de 12 anos e já servia de engodo aos guardas fiscais, levando giestas e tomilho num saco para os enganar, protegendo os contrabandistas que passavam por outros caminhos com o contrabando verdadeiro.
“Fazíamos barulho de propósito para chamar a atenção dos guardas, para que viessem atrás de nós e os outros pudessem passar com o contrabando por outro lado, sem serem apanhados”, conta, acrescentando que “quando os guardas portugueses ou os Carabineros espanhóis davam connosco, fugíamos com os sacos que não pesavam nada, para podermos correr melhor”.
Mas sem sempre corria bem. “Uma vez apanharam-nos e levaram-nos para o posto de Vale de Frades e daí trouxeram-nos para Pinelo. Levei uma coça dos meus pais que nem lhe digo, pois não sabiam que eu andava metida nessa vida”, recorda. 
Mais tarde, dedicar-se-ia ao contrabando a sério, transportando café, ovos e até farinha até às localidades espanholas vizinhas de Latedo, Alcanices e Seixas.

Para ouvir na íntegra no programa Terra Batida, à 5ª feira na Rádio Brigantia, a seguir às notícias das 17:00h)

in:jornalnordeste.com

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