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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 12 de março de 2015

As Pessoas Insubstituíveis...

Júlio Machado Vaz
Eu sei que é clássico dizer que os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis. Acontece que, por vezes, é rigorosamente verdade. A diversos níveis é o caso de Amadeu Ferreira. Aqui estão palavras suas. Uma pequena - embora preciosa! - parte da herança que nos deixou.
...
A minha vida tem sido um percurso com altos e baixos, mas que mantém uma coerência que vai muito além da minha própria vontade, porque muitas vezes é fruto de acasos. Todavia, os acasos surgem quando estamos preparados para os levar no sentido certo. Nós andamos no mundo e, quando mudamos uma pequenina areia de um sítio para outro, ajudamos a mudar o mundo. O importante é que o ajudemos a mudar para melhor. Tenho consciência de que, em alguns casos, o ajudei a mudar para melhor ou, pelo menos, esforcei-me para isso. Estou cheio de fracassos pelo caminho. Eu chamo-lhes fracassos, mas não são verdadeiros fracassos, porque uma pessoa só fraqueja quando desiste, e não quando está pronta a recomeçar. 
Sou uma pessoa que não desiste, que não se ajoelha. Procurei sempre alicerçar a minha visão do mundo na dignidade das pessoas humildes, que normalmente ninguém vê. Há que descobrir dentro delas a sua dignidade, no milagre da luta pela vida. Foi essa escola de fazer milagres que fui assimilando e que procurei aplicar em todos os lugares por onde tenho passado. Tenho fé nas pessoas e isto dá-me uma grande serenidade. Não me cria particular angústia saber que morro amanhã ou que morro depois de amanhã. Nós achamos que devíamos ser eternos, e inventámos a imortalidade. Como verificamos que o corpo morre, inventamos a imortalidade da alma. Não há imortalidade, há renovação, metamorfose. A semente cai à terra, nasce uma nova árvore, que dá flores e frutos, que um dia vai morrer e que tornará a nascer. Hoje sou matéria viva, amanhã sou pó, terra, vento, que vai alimentar uma planta, que vai alimentar uma flor. Só a metamorfose é imortal. É essa a nossa forma de eternidade. Cada manhã em que acordo é um milagre da vida.

Amadeu Ferreira

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