O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, apontou ontem como exemplo daquilo de que Portugal precisa o caso de um negócio familiar numa aldeia de Bragança a partir de produtos locais.
O governante inaugurou uma nova unidade de transformação da Bísaro Salsicharia Tradicional, em Gimonde, que exporta um terço da produção e em tempo de crise aumenta as vendas de um negócio que começou há 80 anos numa taberna de beira de estrada e, em três gerações, expandiu-se da restauração aos enchidos, carnes e turismo rural.
"São exemplos destes que eu acho que são fundamentais para nós conseguirmos ter competitividade que assegure um crescimento sustentável, sobretudo em territórios de baixa densidade", indicou o ministro, sublinhando que se trata de "uma competitividade que parte daquilo que é local, de uma atividade económica tradicional".
No caso de Bragança, três gerações da família Fernandes mantiveram "a paixão, o saber tradicional nesta área, mas acrescentaram novas competências, uma capacidade de ir em busca de mercados externos, de inovar, que faz com que tenham crescido quase 50 por cento no último ano e cada vez mais para mercados internacionais, apostando sobretudo na excelência", como realçou o governante.
"E daí que este seja um projeto que eu acho que é exemplar daquilo que o país necessita em termos de ter uma competitividade que seja ancorada nos fatores do nosso território, naquilo que é a identidade do nosso território", reiterou.
Poiares Maduro lembrou que mais de 40 por cento das verbas do próximo quadro comunitário de apoio vão para a competitividade, sobretudo das médias e pequenas empresas.
"Competitividade inteligente" fez questão de realçar, apontando que deve partir "precisamente da valorização destes recursos endógenos, acrescentando conhecimento, inovação, empreendedorismo às atividades económicos tradicionais".
Poiares Maduro acredita que estes projetos assentes "nos fatores de identidade dos territórios, que partem de saberes que já existem, dos recursos naturais, podem inverter o processo" de desvalorização económica e social com que se confrontam os territórios de baixa densidade populacional como Bragança, em Trás-os-Montes.
Ao Estado, continuou, compete também criar incentivos que diferenciem positivamente estes territórios e o próximo quadro comunitário de apoio vai majorar positivamente quem investir nestes territórios de baixa densidade, com apoios maiores do que noutras áreas do país.
A nova unidade da Bísaro Salsicharia Tradicional, que o ministro inaugurou hoje, resultou de um investimento superior a 900 mil euros, comparticipados em 223 mil euros pelo PRODER (Programa de Desenvolvimento Regional).
O investimento vem dar resposta ao aumento da procura dos produtos regionais confecionados nesta empresa, desde enchidos a carnes e presunto certificados da raça autóctone (Bísaro) desta região.
A empresa exporta para França, Inglaterra, Macau, Espanha, Itália, Noruega, Luxemburgo, Angola e Moçambique e no mercado português trabalha com a grande distribuição, lojas gourmet e "chefs" de cozinha de restaurantes "Michelin" como Leonel Pereira e Vitor Matos.
Com a nova unidade vão ser criados entre cinco a 10 postos de trabalho nos próximos dois a três anos, como adiantou à Lusa a sócia Alexandrina Fernandes, a jovem que com o irmão faz parte da terceira geração dedicada ao negócio familiar que se transformou num grupo e emprega 40 pessoas.
Os avôs foram os pioneiros há 80 anos com uma taberna de beira de estrada, na aldeia de Gimonde que foi transformada num dos restaurantes mais emblemáticos da região, o D. Roberto.
Do fumeiro regional que vendiam ao balcão nasceu a salsicharia e a aposta na pecuária e das propriedades o alojamento e animação para turismo e eventos.
Agência Lusa
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