Centenas de pessoas passaram ontem pela Casa da Cultura em Sendim, no concelho de Miranda do Douro, para homenagear Amadeu Ferreira.
O escritor e investigador da língua e cultura mirandesas pediu expressamente que fosse cremado e disse que não queria lágrimas nem cerimónias fúnebres. Amigos e familiares cumpriram o desejo do professor e, como forma de despedida, leram textos e recitaram poemas, imortalizando assim a sua obra.
O irmão, Carlos Ferreira, explica que as palavras eram o mais importante para o escritor. “O que ele sempre gostou foi das palavras.
As palavras para ele eram o mundo, tudo se podia resolver com palavras. Ele queria que, se houvesse alguma homenagem ou qualquer coisa fizessem depois dele morrer, então que as pessoas que se juntassem à volta da sua obra e lessem o que lhes apetecesse”, revela Carlos Ferreira. José Pedro Ferreira, o filho mais velho do escritor, mostrou-se feliz por ver que o pai deixou muitas amizades e sublinha que o próprio Amadeu Ferreira deixou claro que a leitura da sua obra é a melhor forma de o imortalizar. “Era um homem de muitas vidas que foi construindo ao longo da sua existência em diferentes sítios e em todos deixou muitos amigos, admiradores e vivenciadores conjuntos da sua vida, que manteve até ao final dos seus dias. Fico muito feliz por ver que, de todos esses mundos que o meu pai teve, vieram pessoas para o homenagear neste dia importante” frisa José Pedro Ferreira.
A Casa da Cultura de Sendim, a terra natal de Amadeu Ferreira foi pequena para receber as centenas de amigos e conhecidos do escritor que ontem á tarde quiseram participar nesta homenagem.
O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Francisco Almendra, salienta que além do trabalho que desenvolveu em diversas áreas, Amadeu Ferreira era também um filho querido da terra, e acredita que esta foi a melhor forma de o homenagear. “Esta homenagem, para mim, foi o que traduziu melhor o sentimento dele, que mais do que o corpo é aquilo que ele deixou, a sua obra. Vieram aqui muitas pessoas, muitos jovens e muitas crianças a ler em mirandês e sendinês. Isso é a melhor homenagem que se pode fazer e acredito que se ele estiver a ver, vai ficar contente porque era isto que ele queria”, considera o autarca.
Presente nesta homenagem esteve também o presidente do Município de Miranda do Douro, Artur Nunes, que salientou o trabalho desenvolvido por Amadeu Ferreira em prol da língua e cultura mirandesas. “Amadeu Ferreira foi um ícone da cultura, principalmente da cultura mirandesa, deixou um grande espólio para as gerações futuras. Marcou uma época, um espaço e deixou muitos seguidores dentro e fora do concelho de Miranda do Douro”, salienta Artur Nunes.
Amadeu Ferreira morreu no passado Domingo, vítima de um cancro no cérebro. Residia em Lisboa onde foi também homenageado na passada terça feira e onde hoje é apresentada uma obra inédita do escritor, intitulada “Velhice” e uma biografia da autoria de Teresa Martins Marques, com mais de 800 páginas.
Escrito por Brigantia
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