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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de março de 2015

O engenheiro das pontes

Sempre obras imperfeitas, é certo, pois o dom da perfeição cabe a uma entidade que está acima dele, mas, ainda assim, obras úteis e necessárias para as comunidades que delas usufruem… são assim as pontes projetadas e construídas por este singular “engenheiro”.
Mas, afinal, que engenheiro é este, para quem um contrato é sempre coisa séria? Que universidade frequentou ele? Aqui bem perto, construiu a ponte da “Misarela”, no rio Rabagão; a de “Abreiro” no rio Tua; a ponte de “Vale de Telhas” sobre o Rabaçal; a ponte “Gamona” sobre o Sabor, em Mogadouro; e também a ponte de “Alpajares” sobre a ribeira do Mosteiro, em Freixo de Espada à Cinta; mais além, a ponte “Mem Guterres”, no rio Ave, em Póvoa do Lanhoso; a ponte dos “Galhardos” no rio Zêzere, em Teixoso; a ponte do “Alfusqueiro”, afluente do Águeda, em A-dos-Ferreiros; a ponte da “Aliviada” no rio Ovelha, em Amarante (por inveja a um outro “engenheiro”, o S. Gonçalo); a Ponte “Velha da Portagem”, sobre o rio Sever, em Marvão; a ponte do rio “Pavia” na direcção de Malarranha, em Mora; a ponte “d’Alcantra”, no Tejo, em Monsanto.
Mas do outro lado da fronteira, na Galiza, também construiu umas tantas: a ponte que dá acesso ao “mosteiro do Carboeiro”, em Silleda; a ponte “Pedriña” em Bande, Orense; a ponte dos “Padriños” no regueiro da Lomba em Vichocuntín; a “Pontedeume” em Andrade, na Corunha; a “Ponteboa” em Sobredo de Albarellos; a ponte de “Gatin” em Becerreá, Lugo; e muitas outras.
E pela Europa fora? Também por lá teve as suas empreitadas: a ponte “Corcunda” de Ardino, na Bulgária; a ponte de “Ceredigion”, Gales; a ponte “Valentre” em Cahors, França; a ponte da “Madalena” em Borgo, Itália; a ponte “Teufelsbrucke”, rio Reuss, na Suíça (pediu em troca a alma do primeiro que a atravessasse, mas o povo, esperto, fez passar um carneiro).
Em todas, sempre a mesmo contrato: a obra é justada para ser feita numa noite, a troco de uma alma. Entretanto, ouve-se um galo:
– Que galo é?
– O branco.
– Ande o canto!
Depois outro galo:
– Que galo é?
– O pinto.
– Ande o pico!
Por fim um terceiro:
– Que galo é?
– O preto.
– Pico quedo!

Azar do mestre-de-obras. Nascera o dia. A obra pára. Só lhe faltava uma pedra, mas contratos são contratos. E este “engenheiro” leva-os a sério.

Alexandre Parafita
in  www.galiciaencantada.com

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