"Num teatro do Porto, um ator (João Miguel Mota) está em cena com O Pato Selvagem, de Henrik Ibsen, interpretanto a personagem Gregers Werle, um desmedido idealista.
Subitamente, a meio de uma cena, sente-se mal e tem, aparentemente, um ataque de ansiedade. Precário, a caminho dos quarenta, com uma dívida crescente à Segurança Social, enredado em trabalhos intermitentes, não resiste à pressão nem ao colapso da "mentira vital" com que vai entretecendo a sua vida - e acaba no divã de um psicólogo.
Não dá trabalho nenhum brinca, precisamente, com a ideia de que o teatro não dá trabalho nenhum. Por um lado, satiriza a ideia de que não dá trabalho nenhum construir espetáculos, que o trabalho dos atores é uma coisa quase lúdica; por outro lado, constata que o teatro também já não dá trabalho nenhum, ou seja, que não dá emprego nenhum. Não dá trabalho nenhum, portanto.
Este espetáculo-consulta visa desmistificar alguns dos lugares comuns, ora romantizados, ora depreciativos, sobre a vida dos artistas de teatro e apresentar, o mais fraternalmente possível, os atores à comunidade com a qual trabalham".
Uma produção Teatro Experimental do Porto (TEP) , de Gonçalo Amorim, João Miguel Mota, Inês Pereira e Rui Pina Coelho.
Encenação: Gonçalo Amorim
Intérpretes: Inês Pereira e João Miguel Mota
Cenografia e figurinos: Catarina Barros
Música e sonoplastia: Pedro João e José Ricardo Nogueira
Apoio dramatúrgico e de movimento: Ana Coimbra e Vera Santos
Desenho de luz: Francisco Tavares Teles
Desenho de som: Miguel Ângelo Silva
Onde: Teatro Municipal de Bragança
Quando: 12 de junho
Hora: 21.30 horas
Entrada: 6€
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(Henrique Martins)
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