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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Pinela mantém tradição do "charolo" das roscas

Neste dia de consoada em que se prepara a mesa de Natal, no nordeste transmontano há quem faça roscas. Na quadra natalícia, sucedem-se as festas associadas aos rituais de Inverno, que caracterizam algumas localidades do nordeste transmontano.
A partir do dia de Natal até aos Reis, são várias as aldeias do concelho de Bragança que integram a rosca nas suas festas, quer seja para cumprir os rituais associados à festa dos rapazes, como é o caso de Varge, quer seja para celebrar a festa de Santo Estêvão, sendo disso exemplo Parada, Grijó de Parada e Rio Frio, ou ainda para comemorar o dia Reis, como acontece em Rebordainhos ou Outeiro. 
O antropólogo e presidente da Academia Ibérica da Máscara, António Tiza, explica que as roscas são uma forma de expressão do “culto ao pão”. Na aldeia de Pinela, a tradição tem passado de geração em geração e as roscas continuam a fazer-se a tempo de preencherem o “charolo”, uma espécie de andor, para a Missa do Galo. 
As roscas são cozidas por estes dias na aldeia de Pinela para compor o “charolo”, que tem de estar pronto antes da missa do galo. As mulheres da aldeia ajudam-se umas as outras para dar continuidade à tradição que outrora se fazia apenas pelas mãos dos mordomos. Glória Afonso, de 83 anos, recorda-se bem desta tradição. “Do meio para baixo era só pão, do meio para cima levava açúcar e chamavam-lhe a rosca doce, depois arrematavam. Também se penduram ramos de rebuçados, bolachas e nozes. 
Antigamente, arrematava-se a rosca da ponta que ficava para os casados, ou para os viúvos ou para os solteiros. Depois iam com uns cestos distribuir as roscas, acompanhados de música. Agora divide-se a rosca por todos e faz-se uma festa no salão da aldeia”, descreve a habitante de Pinela. 
Já Maria Antónia, de 98 anos não esquece o tempo em que metia as mãos na massa para preparar as roscas. “Antigamente, amassava-se a massa com farinha de trigo e, com a rapadoura da masseira, faziam-se as formas das roscas. Estávamos toda a noite a fazer roscas e às vezes, com a mesma massa, fazíamos bonecos e bonecas, com saia e tudo. Tinha de estar tudo preparado para a Missa do Galo”, conta a idosa. 
O valor arrecadado no arremate da rosca reverte a favor da festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, que se comemora em Agosto. 
Nesta aldeia, ainda se encontram mulheres que sabem fazer a rosca e homens que a arrematam mas, sendo Pinela caracterizada por uma forte comunidade de emigrantes e poucos jovens residentes, os habitantes da aldeia temem que a tradição possa perder-se. Por enquanto, a população vai empenhar-se para ter o “charolo” pronto para a missa do Galo, que este ano está marcada para as 22h30m. 
No dia de Natal será a vez de arrematar a rosca. 

Escrito por Brigantia

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