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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Gruta de Dine / Lorga de Dine / Casa da Moura Encantada

Portugal, Bragança, Vinhais, Fresulfe
Arquitectura religiosa e agrícola, calcolítica. Gruta com duas salas e várias galerias que ligam a outras salas de menores dimensões, que servia de depósito funerária ou / e de cereais.
Número IPA Antigo: PT010412090010
Categoria
Sítio
Descrição
Compõe-se de duas grandes salas contíguas às quais se associam, em várias direcções, galerias e salas mais diminutas. A entrada localiza-se a S. dando acesso à primeira sala, com comprimento máximo de 10 m. e largura média de 3 m., a qual comunica com outra que lhe é praticamente perpendicular e que tem dimensões máximas idênticas à anterior. Alguns dos espaços colaterais encontram-se ainda preenchidos de sedimentos quase até ao tecto. As alturas das salas maiores oscilam entre 1 e 4 m.. As paredes e tecto apresentam-se verrugosos e arregueirados.
Acessos
Dine, no final da EN 308-3; o sítio localiza-se nas imediações da extremidade SO. da aldeia
Protecção
IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série, n.º 301 de 31 de dezembro de 1997
Grau
2 - imóvel ou conjunto com valor tipológico, estilístico ou histórico ou que se singulariza na massa edificada, cujos elementos estruturais e características de qualidade arquitectónica ou significado histórico deverão ser preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Imóvel de Interesse Público.
Enquadramento
Rural, a meia-encosta, isolado, tendo a sua entrada na vertente SO. do outeiro onde se levanta a igreja paroquial. Rodeado de coberto vegetal autóctone, com destaque para a azinheira, tendo o espaço fronteiro à sua entrada beneficiado de valorização recente, no âmbito de projecto de recuperação do conjunto de fornos da cal localizados contiguamente, nomeadamente pela limpeza de vegetação e instalação de papeleira e de banco paralelepipédico de granito
Descrição Complementar
Utilização Inicial
Funerária / armazenagem de cereais: gruta
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: gruta
Propriedade
Pública: Municipal
Afectação
Sem afectação
Época Construção
Época Calcolítica
Arquitecto / Construtor / Autor
Desconhecido.
Cronologia
Época Calcolítica - presumível início da ocupação humana do sítio; Idade do Ferro - final da ocupação do sítio; 1964 - campanha de trabalhos arqueológicos realizada por C. Harpsöe; 1974 - instalação de porta na entrada da gruta; 1981 - escavação clandestina realizada por grupo de bancários de Bragança; 1975, Março - despacho de classificação como IIP; 1982 - realização de sondagens arqueológicas por iniciativa do Serviço Regional de Arqueologia da Zona Norte, sob a direcção de João Pedro Ribeiro; 1983 - continuação dos trabalhos arqueológicos do ano anterior, sob a direcção de João Pedro Ribeiro e de Mário Brito; 1984 - continuação dos trabalhos arqueológicos do ano anterior, sob a direcção de Mário Brito; década de 90 - entrega dos cadernos de campo e do espólio das escavações de Harpsöe ao Instituto Português do Património Cultural; 1998 - entrada dos cadernos de campo e do espólio das escavações de Harpsöe no Museu D. Diogo de Sousa (Braga) *1.
Características Particulares
Gruta em contexto geológico de dolomitos calcários e com ocupação documentada na Pré-História Recente e Proto-História; além de ter tido função funerária, pode também ter servido como local de depósito de cereais.
Dados Técnicos
Não aplicável
Materiais
Gruta calcária com materiais arqueológicos cerâmicos, líticos e ósseos e material osteológico (humano e dos géneros Bos, Sus, Ursus, Cervus...).
Bibliografia
HARPSÖE, Carl H. e RAMOS, Miguel F. - "Lorga de Dine" (Vinhais, Bragança), Arqueologia, 12, Porto, 1985; JORGE, Susana Oliveira - Povoados da Pré-história Recente da região de Chaves, Porto, 1986; LEMOS, Francisco Sande - O povoamento romano de Trás-os-Montes Oriental (tese de doutoramento policopiada), Braga (Universidade do Minho), 1993; MACIEL, Tarcísio - Roteiro arqueológico da região de Vinhais in Vinhais, Terra e Gentes, Vinhais, 1993; SANCHES, Maria de Jesus - Pré-história recente de Trás-os-Montes e Alto Douro, Porto, 1997; LEMOS, Francisco Sande - A Lorga de Dine, um sítio arqueológico a descobrir, Vinhais Património, n.º 2, Vinhais 1999 (2000).
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Câmara Municipal de Vinhais: 1974 - instalação de porta na entrada da gruta; Parque Natural de Montesinho e Câmara Municipal de Vinhais: 2001 - instalação de núcleo interpretativo na antiga casa paroquial.
Observações
*1 - o espólio proveniente desta gruta conta com numerosíssimos fragmentos de cerâmica, atribuíveis, predominantemente, ao Calcolítico e Idade de Bronze, mas também à Idade do Ferro, pontas de seta de base côncava e bicôncava em sílex, xisto e corneana, contas de colar e ossos humanos e de animais; para os períodos crono-culturais melhor representados destacam-se pequenos vasos, associáveis a ossos humanos, a elementos de adorno e eventualmente, a pontas de seta, situação que leva alguns autores a considerarem para a gruta uma exclusiva função funerária, descurando a hipótese de ter sido também depósito de cereais; considerando a hipótese de dupla função desta cavidade, Francisco Sande Lemos admite que o habitat se pode localizar no topo do outeiro que a alberga.
Autor e Data
Ernesto Jana 1993 / Armando Redentor e Miguel Rodrigues 2001

in:monumentos.pt

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