Antigamente, os habitantes da vila disfarçavam-se de ciganos para roubar os burros, durante a noite. Agora já não há burros, mas os mordomos da festa continuam a representar esta tradição.
Ana Gonçalves recorda os tempos em que arranjava formas de evitar que lhe roubassem o burro. “Uma vez prendi o burro à perna do meu garoto para que não mo roubassem. E depois levei-o para dentro de casa. Era uma brincadeira. Bem mo queriam roubar mas não conseguiram”, conta a habitante de Torre de Dona Chama, de 87 anos. Se uns se disfarçavam de ciganos, outros disfarçavam-se de “madames”, ou seja, senhoras da alta sociedade.
Depois da missa, ao inicio da tarde, há ainda a representação da saída da “mourisca” e a queima do castelo. Antes destas tradições, na noite do dia de Natal recriam-se ainda os “ Jogos à praça”, onde os jovens gritam através de um “embude”, ou seja um funil grande, de ferro, dirigindo-se a cada porta da vila para criticar os respectivos moradores,.
Antigamente, faziam parte destas festividades os caretos mas agora já quase não se vêem. Tradições que representam a luta entre cristãos e mouros, que terão estado na origem da própria vila. Algumas foram perdendo as características originais, que os habitantes da vila querem preservar.
Além das tradições representadas no dia de Natal e no dia 26, uma semana antes, tiveram lugar as jornadas intituladas “Rituais de Inverno” e durante toda a semana esteve patente, no centro da vila, uma exposição com o mesmo tema, que contribuíram para uma melhor compreensão do significado destas festas.
Escrito por Brigantia
Sem comentários:
Enviar um comentário