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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Inauguração do restauro do Órgão de Tubos da Igreja matriz - TORRE DE MONCORVO

O Diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte, o Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, e o Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, participam no próximo dia 15 de julho, pelas 18h30, na Celebração Eucarística de Inauguração do Restauro do Órgão de Tubos da Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz da Vila de Torre de Moncorvo.
Uma intervenção promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) e Câmara Municipal de Torre de Moncorvo que representa um investimento de 80.700 Euros.

Os cantos litúrgicos da Celebração Eucarística estarão a cargo da Schola Cantorum da Catedral de Santarém, tendo David Paccetti Correia como organista e Pedro Rollin Rodrigues na direção musical.

Incluído pela Direção Regional de Cultura do Norte na candidatura «Património Religioso do Leste Transmontano» apresentada ao QREN/ON2, com o apoio do Município de Torre de Moncorvo, o atual processo de restauro do órgão de tubos teve início em 2013, com os trabalhos de conservação e restauro da caixa. Nesta intervenção foram incluídas, entre outras, ações de reforço estrutural, de desinfestação, de limpeza das policromias, além de pequenas reconstituições em zonas de lacuna, quer na talha, quer na pintura.

O restauro da componente funcional do órgão iniciou-se em junho de 2015. Consistiu, fundamentalmente, na recuperação de toda a sua mecânica e material sonoro histórico, bem como na reconstituição de peças em falta, dentro dos limites impostos pelas características da sua construção de origem. Foram substituídos apenas os acrescentos posteriores inadequados.

O restauro culminou com os trabalhos de montagem, harmonização e afinação final, por forma a reencontrar o caráter sonoro particular do instrumento.

Agora restaurado, pode o órgão histórico da igreja de Nossa Senhora da Assunção da Vila de Torre de Moncorvo, resgatar o seu protagonismo como instrumento da Igreja por excelência, assumindo-se também como um meio de dinamização cultural e valorização turística da região.

A construção da Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz da vila de Torre de Moncorvo, iniciou-se em 1544. É uma obra maneirista, austera e de linhas severas, com contrafortes pronunciados e dominada pela exuberância e altura da fachada principal. O seu coro alto é tripartido, achando-se o órgão histórico no corpo central, com colocação lateral do lado da Epístola, e os foles no corpo sul.

Fontes documentais datadas de 1653 e de 1655 atestam já a existência de um órgão na Igreja no séc. XVII. A partir de meados do séc. XVIII, nos Livros da Câmara, são frequentes as alusões à compostura do órgão, até que, em 1776, o senado municipal decidiu a construção de um novo instrumento, aproveitando peças do anterior. A obra foi arrematada pelo mestre organeiro Miguel da Silva Brandão, de Coimbra. Em 1778 foi celebrado novo contrato com outro mestre organeiro, José António de Sousa, de Braga, que terá concluído a obra no mesmo ano, conforme inscrição descoberta no interior do órgão: “Para honra e glória de Deus Nº. Sº. e de sua May Santíssima, mandou fazer esta obra o Ilustre senado desta Villa da Torre de Moncorvo, por mim José António de Souza, da cidª. de Braga. Anno de 1778”.

O órgão foi sofrendo diversas reparações ainda no séc. XVIII, e, ao longo dos sécs. XIX e XX, alterações que modificaram as características distintivas da sua construção setecentista. Descobre-se no someiro um papel manuscrito, alusivo ao restauro de 1872, feito pelo mestre Layard (ou Bayard) Anatole Julian, e em 1955, sob a responsabilidade da DGEMN, foram nele realizados trabalhos de “beneficiação” a cargo da firma João Sampaio (filhos), Lda, de Lisboa.

Com a introdução de um moderno órgão eletrónico na igreja, o órgão histórico perdeu protagonismo, sendo progressivamente votado ao abandono e à degradação. Situação que presentemente se inverte.

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