Conde de Costa Lobo em 2 de Fevereiro de 1926, lente de matemática na Universidade de Coimbra e director do Observatório Astronómico da mesma. Nasceu em Curopos, concelho de Vinhais, a 18 de Fevereiro de 1864. No assento de baptismo aparece só com o nome de Francisco Manuel, filho ilegítimo de Teresa da Assunção Quintela, natural de Curopos. Em 1880, Francisco Miranda Catalão, residente em Coimbra, natural de Bragança, perfilhou, juntamente com Teresa da Assunção Quintela, o referido Francisco Manuel, havido quando ele, Catalão, residia em Vinhais, e requereu à autoridade eclesiástica de Bragança para lhe lavrar novo assento nos livros do registo paroquial de Curopos com o nome de Francisco Miranda da Costa Lobo, o que lhe foi concedido e se encontra no respectivo livro referente ao ano de 1880, vindo, portanto, a ser filho de Francisco Miranda Catalão e de Teresa da Assunção Quintela; neto paterno de Marcos António Miranda e de D. Rita Maria Teresa de Oliveira da Costa Lobo, natural de Bragança [ver o tomo VI, pág. 624, destas Memórias e, neste volume, o artigo Costa (André Dias de Oliveira da)], e materno de António Gonçalves Quintela e de Maria Marcelina.
Marcos António Miranda e seu filho Francisco Miranda Catalão, que também assinava Francisco Miranda Cabral Oliveira Catalão, receberam ainda ordens menores, como consta dos respectivos processos existentes no Museu Regional de Bragança.
Francisco Miranda da Costa Lobo fez exame de instrução primária em Bragança, e concluídos os preparatórios em Leiria, aos quinze anos de idade, matriculou-se em 1879 nas faculdades de filosofia e matemática da Universidade de Coimbra, cursos que concluiu em 1884. Pouco depois do acto de licenciado, em 7 de Janeiro de 1885, foi encarregado da regência duma cadeira. Em 1893 foi despachado catedrático de astronomia, cadeira que ainda hoje rege. Foi 3.°, depois 2.° e actualmente 1.° astrónomo do Observatório de Coimbra, tendo sido também chamado para o curso de engenharia militar; mas, como fosse indicado para lente, não seguiu aquele curso, passando por isso para a arma de infantaria.
Foi procurador à Junta Geral do Distrito de Coimbra em 1886, governador civil substituto (mas quase sempre em exercício) do mesmo distrito desde 1887 a 1890, vogal da comissão distrital nos anos de 1901 até 1907, deputado na legislatura de 1905 e 1906, presidente do Instituto, etc.Militou no partido progressista.
Escreveu:
Resolução das equações indeterminadas, e resolução de algumas equações de congruência e indeterminadas. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1885. 1 folheto 8.°
Tese de matemáticas puras e aplicadas. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1885. 1 folheto 8.°
Nuevas teorias fisicas y sua correlación con los fenómenos biológicos y sociales – Conferencia del Ex.mo e Il.mo Sr. D. Francisco M. da Costa Lobo, catedratico de la Universidad y presidente del Instituto de Coimbra, leida em la sesion de 1.° de Marzo de 1918 (da Real Academia de Jurisprudencia y Legislación de Madrid).Madrid, 1918. 8.° de 37 págs.
Porque não assinei o manifesto que condena em termos violentos o Reitor Ex.mo Sr. Dr. Coelho de Carvalho. Tem no fim apenas a indicação «Casa Tipográfica, Coimbra». Sabe-se, porém, que foi impresso em 1919. 8.° de 10 págs.
Le problème mondial et l’action du Portugal. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1922. 8.° de 365 págs., com ilustrações.
Atmosferas e temperaturas astrais – Novas bases para a física geral. Conferência realizada no congresso de Valladolid da Associação Espanhola para o Progresso das Ciências em 22 de Outubro de 1915. Coimbra, 1916. 8.° gr. de 31 págs.
Alguns resultados obtidos com as observações especto-heliográficas feitas nos anos de 1926 a 1927, publicados pelo director... Coimbra, 1928. 8.° gr. de 34 págs., com 6 fotogravuras.
Le culte de la nationalité sous l’égide chrétienne, conduit l’humanité a la perfection donc au bonheur. Coimbra, 1928. 8.° de 27 págs., com prefácio do visconde de Rochefort. Conferência.
O prestígio das descobertas realizadas pelas nações hispânicas e especialmente dos portugueses em Ceilão – Conferencia del Excmo. Sr. Conde da Costa Lobo em sesion publica de la Real Sociedad Geografica de Madrid, celebrada el dia 30 de Enero de 1928.Madrid, 1928. 8.° de 16 págs.
O doutor Costa Lobo tem representado Portugal e a Universidade de Coimbra em diversos congressos científicos internacionais; a Academia Francesa concedeu-lhe em 1926 a medalha Janssen e a Universidade de Estrasburgo em 1929 o título de doutor honoris causa, depois de um honrosíssimo relatório assinado por Sclangou, director do Observatório, sábio eminente, que está indigitado para dirigir o Observatório de Paris.
O ilustre bragançano tem colaborado em diversos jornais e revistas nacionais e estrangeiras e especialmente no Instituto e nas Efemérides.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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