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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Vale do Tua aposta nos morcegos para combater pragas agrícolas sem inseticidas

Os morcegos que antigamente eram uma "praga" que desassossegava as noites de verão são agora a nova "arma" de combate às pragas de insetos nas culturas apresentada hoje no Vale do Tua, em Trás-os-Montes.
O mais recente projeto do Parque Natural Regional do Vale Tua está a distribuir por propriedades agrícolas dos cinco concelhos de influência, 50 abrigos para morcegos, com o propósito de criar condições para este animal se instalar, reproduzir e ajudar a combater pragas como a mosca da azeitona, borboletas e outros insetos que destroem as culturas.

Os agricultores estão a aderir ao projeto, com alguma surpresa, principalmente aqueles que, como Eduardo Cabanelas, nunca tinham olhado, nesta perspetiva, para os morcegos que antigamente irrompiam nas noites quentes de verão passadas à porta de casa nas aldeias.

Eduardo Caravelas é o responsável pela propriedade agrícola, em Frechas, no concelho de Mirandela, onde o projeto foi hoje apresentado e confessou que ficou "um bocadinho surpreendido" quando soube da ideia.

"Vamos lá ver se isso aprova", respondeu quando questionado sobre a expectativa em relação aos resultados, crente, contudo de que quem estudou o assunto "com certeza que [será para] fazer qualquer coisa que seja útil".

Mais entusiasmado pareceu António Aires, do concelho de Murça, que acha "o projeto bastante interessante".Resta-lhe apenas uma dúvida, a de se haverá morcegos em número suficiente.

"Quando era jovem, lá na minha aldeia, nas noites de verão, via muitos morcegos lá pela rua, e hoje não se encontra quase um", observou.

O projeto abrange ainda propriedades agrícolas dos concelhos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor e Alijó que, juntamente com Mirandela e Murça, fazem parte do parque.

O presidente do parque, Artur Cascarejo, explicou que este projeto resulta de uma candidatura ao Fundo de Preservação da Natureza e da Biodiversidade, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), contemplada com cerca de 200 mil euros com objetivo de utilizar a biodiversidade para ajudar a combater as pragas agrícolas e evitar o uso de pesticidas.

No caso do parque do Vale do Tua trata-se de pragas de insetos que afetam culturas como a vinha e o olival, mas também a floresta.

O projeto tem a duração de três anos e uma componente prática e outra científica.

A prática é a colocação das caixas/abrigo em propriedades agrícolas e a cientifica é a investigação e estudo do projeto para avaliar os resultados em parceria com agricultores, associações agrícolas e o Centro de Investigação em Biodiversidade da Universidade do Porto.

A investigadora Vanessa Mata explicou que, pela sua capacidade de comer milhares de insetos por noite, os morcegos "são animais que conseguem ser um bom regulador de pragas" e muitas das pragas encontradas nas culturas da região são borboletas noturnas.

Na zona do Vale do Tua existem várias espécies de morcegos que têm um problema: a falta de abrigo.

Acabam por ocupar cavidades nas árvores ou construções antigas desocupadas que vão escasseando nas propriedades agrícolas, como explicou a investigadora.

"Colocando um poste com as caixas estamos a oferecer-lhes o que lhes falta e a aumentar a probabilidade de se alimentarem nestas zonas", apontou.

O parque contratou um jovem biólogo, Pedro Leote, que vai acompanhar o projeto e que esclareceu que estas caixas"são feitas de uma mistura de cimento e de serradura, têm propriedades muito interessantes a nível do isolamento térmico" para (os morcegos) não morrerem de calor, no verão, ou de frio, no inverno.

As caixas colocadas em cima de postes, tem um tempo de vida de cerca de 30 anos e, embora pequenas, os promotores garantem que conseguem albergar entre dez a 15 animais.

Pedro Leote indicou que "há estudo que dizem que os morcegos demoram dois meses a entrar nas caixas, há outros que dizem três anos".

"Neste momento, aquilo que nós temos de fazer é deixar a natureza seguir o seu curso, os morcegos explorar e começarem a fixar-se", afirmou, explicando que não existe qualquer chamativo.

HFI // MSP
Lusa/fim

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