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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

VAMOS FALAR DE PLÁGIO

          Por Humberto Pinho da Silva
(colaborador do Memórias...e outras coisas)
José Cascales de Muñoz, disse: “No hay poeta que no haya plagiado  más de ciento de los antigos y contemporâneos “.
 Nem há escritor que não tenha plagiado, ainda  involuntariamente, os clássicos. Nem jornalistas e professores que não tenham copiado, modo de ensinar e expressões, que ouviram a antigos mestres.
Todos nós, segundo Cruz Malpique: “ Chegamos muito tarde, a um mundo já muito velho. Cada um de nós, falando, escrevendo, pensando, fazendo seja o que for, é como tivesse procuração dos que nos precederam.”  
Muitas vezes há nítida intenção, de plagiar, como é o caso do “ Caramurú” - poema em dez cantos, de Frei José de Santa Rita Durão, publicado em Lisboa, em 1781, - que é decalque grosseiro dos “ Lusíadas”
Mas também o plágio pode ser por mero acaso:
Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, planeara escrever sobre fictício congresso, a realizar em Lisboa, sob o tema: Homens traídos por suas mulheres.
Com o texto criado na mente, entrou numa livraria lisboeta e depara com Fernando Assis Pacheco, que recomenda-lhe a leitura do livro: “ Jogos da Idade Tardia” de Luís Landero.
Ao folhear a obra, encontra passagens idênticas, muito semelhantes, ao que trazia, quase concluído, na memória.
Essas coincidências, ainda que não sejam vulgares, acontecem. A ideia uma vez lançada, funciona como onda de rádio. Há sempre recetores que a acolhem.
O povo, que é grande mestre, costuma usar frase que explica tudo: “Anda no ar”.
Andar no ar, é uma espécie de boato mudo, que não se ouve, mas sente-se.
Nova forma de plagiar, é recorrer à Internet. Em segundos, alcança-se a matéria, e “rouba-se” conhecimentos, quase sem esforço.
Teses, mestrados, doutoramentos, uma vez publicados na Net, são alvos de copianços e apresentados, após ligeiras maquilhagens, como originais, fruto de aturado trabalho.
Para combater a fraude, existem programas informáticos, que detectam o copianço. Entre outros, encontram-se o: “ Turnitin” e o “Ferrit”.
Mais difícil de descobrir, são teses feitas por encomenda, a antigos licenciados, a preços que podem atingir os 25 mil euros.
Famosos escritores foram acusados de plágio. Entre eles: Gabriel d’Annunzio, Moliere, Virgílio e até o nosso Eça de Queiroz.
Plágios, que certamente não passaram de acasos ou resultado de leituras antigas.
O escritor é fruto de muitas leituras e de muitas conversas e estudos, acumulados desde a infância; não se erra, se dissermos, que todos nós repetimos, o que pensaram e escreveram os que nos antecederam.
Se escrevo esta crónica, deve-se ao trabalho dos que publicaram artigos e obras que trataram o tema. Apenas coube-me o papel de abelhinha: “roubando” mel, de flor em flor.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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